A declaração foi dada após ela fazer o seu primeiro discurso na tribuna do Senado. Na semana passada, ela deixou o cargo de ministra da Cultura fazendo críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff, especialmente na área econômica. O gesto foi interpretado como uma sinalização de que a petista pode deixar o partido para disputar as eleições à Prefeitura de São Paulo em 2016.
Sem negar essa possibilidade, Marta disse que está avaliando a situação e defendeu que é possível trocar de partido sem perder o mandato, citando um parecer do procurador-geral República, Rodrigo Janot, que defendia a tese de que as regras da fidelidade partidária não podem ser aplicadas no caso dos senadores. Apesar de toda a argumentação, a senadora disse ser "precipitado" falar sobre o assunto. "Neste momento, eu voltei e pertenço à bancada do Partido dos Trabalhadores e estarei lá trabalhando."
Pela manhã, também em entrevista a jornalistas, Marta afirmou que o desconforto com o Palácio do Planalto depois da sua saída barulhenta do ministério era "página virada" e, mesmo hesitando por alguns segundos, disse que iria usar o seu mandato para defender o governo.
Discurso
Em seu primeiro pronunciamento no Senado, Marta evitou fazer críticas ao governo e propôs um pacto entre os principais partidos por uma defesa "intransigente" do regime democrático, já que nas últimas semanas manifestações reuniram pessoas que pediram a volta do regime militar. "Neste momento em que retorno a esta Casa, esta que foi símbolo e baluarte das liberdades, quero conclamar a todos para que façamos um grande pacto, forte, permanente pela defesa intransigente da democracia", afirmou.
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