Catherine contou como teve a idéia de A Ma Soeur, que recebeu aplausos apenas protocolares. Há anos, ela leu a notícia de um crime. Ao mesmo tempo em que se sentia atraída pelo assunto, incomodava-a o tratamento moralista que a imprensa havia dado à ocorrência. Queria tratá-lo sem moralismo.
Parcialmente, a diretora repete Romance, que provocou polêmica por suas cenas de sexo explícito. De novo Catherine filma ereção e nu frontal. Ela explica o motivo dessa obsessão. O cinema objetaliza o corpo da mulher, mas há um código em relação ao do homem. A diretora quer mostrar o interdito, denunciá-lo. Arrisca-se bastante, o que já é alguma coisa, mesmo que A Ma Soeur deixe o espectador insatisfeito.
Decepção – Considerando-se o interesse que a exibição de Hannibal (apenas um dia após a estréia nos EUA) vinha despertando, a sessão foi decepcionante. A sala não lotou. Mas a questão não é essa. É outra: Hannibal é bom?
Desde que O Silêncio dos Inocentes virou cult no começo dos anos 90, como um dos raros filmes a receber o big five (os cinco Oscars principais: melhor filme, diretor, ator, atriz e roteiro), havia a expectativa de que Hollywood retomasse a saga do canibal Hannibal Lecter e da agente Clarice Starling, do FBI. O filme de Jonathan Demme propiciava a continuação.
A primeira dificuldade da nova produção foi achar uma boa história, providenciada pelo próprio autor do livro. A segunda foi convencer Jodie Foster e Anthony Hopkins a repetirem os papéis que lhes deram o prêmio da academia. Hopkins, que há anos ameaça abandonar o cinema, voltou à pele do Dr. Lecter por muito dinheiro. Não houve, no entanto, dinheiro que convencesse Jodie, que foi substituída por Julianne Moore, tão boa quanto (ou até melhor).
Hannibal é uma história de amor não correspondido e a direção de Rydley Scott (Gladiador) é over. É dose ver o canibal abrir a cabeça de uma de suas vítimas, tirar um pedaço do seu cérebro e a fazer prová-lo. Ele exagera no tom, carrega no esteticismo. A primeira impressão de Hannibal não é muito favorável.
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