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Caminhoneiros criam rota para fugir de rodízio em SP
03/08/2008 | 09:09
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O baú de 4 metros de altura balança pelas estreitas ruas do bairro da Casa Verde, na zona norte de São Paulo. No caminhão do motorista Jeferson Antonio da Silva, 35 anos, estão 200 colchões que precisam ser descarregados em Campinas, a 90 km da capital, antes das 20 horas. Para escapar do rodízio na Marginal do Tietê, na terça-feira, Silva carregou o veículo na Vila Maria por volta das 16h30, percorreu 18,9 km por seis bairros até a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, em Pirituba, antes de acessar o Rodoanel e chegar à Via Anhangüera. Essa é uma das quatro rotas alternativas ao rodízio de caminhões - que agora obedecem ao mesmo sistema que os carros de passeio, por placas e dias da semana - identificadas pelo Estado nesta semana.

O percurso até a estrada demorou 102 minutos - pela via expressa seriam 80 minutos. "Mas é melhor do que ficar parado três horas esperando o fim do rodízio. Como minha carreta não é tão grande, montei rotas por avenidas largas, para depois voltar para Campinas sem passar pela Marginal", contou o caminhoneiro, que via rádio dá dicas para os colegas poderem segui-lo.

Na primeira semana de restrição aos veículos pesados, Silva não foi o único a adotar um caminho alternativo por dentro de bairros localizados fora do centro expandido. A melhora na fluidez do tráfego observada na região central e nas Marginais não ocorreu em vias agora usadas como rotas de fuga, como as Avenidas Casa Verde, Raimundo Pereira de Magalhães e Conceição, na zona norte, e Aricanduva, Sapopemba e Adélia Chohfi, na zona leste.

A maior parte sem medição da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e com poucos agentes para orientar o trânsito, essas vias da periferia usadas como alternativa à Marginal têm hoje congestionamentos praticamente invisíveis ao poder público. Dos 17 mil km de avenidas e ruas da cidade, a CET monitora o trânsito em 834 km.




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