A Guarda Civil Municipal de Santo André promoveu outra passeata ontem pelas ruas do Centro para reivindicar equiparação salarial. Mesmo com baixa adesão - cerca de 60 pessoas -, os manifestantes conseguiram realizar a mobilização, que pleiteia junto ao prefeito Aidan Ravin (PTB) que o salário-base da categoria, hoje fixado em R$ 1.200, passe a R$ 1.900.

A maioria dos manifestantes utilizou máscara de palhaço, em alusão ao que consideraram mau uso dos recursos públicos com a contratação de palhaços na cidade, o que, inclusive, resultou em abertura de CPI na Câmara. "O dinheiro gasto nesses convênios (17 ao todo) poderiam ter sido destinados para valorizar o funcionalismo", defendeu um dos diretores do Sindicato dos Servidores Públicos de Santo André, Wagner Nascimento.

Por outro lado, o protesto segue para dar fim às represálias sofridas dentro da corporação. Segundo a GCM, após a primeira passeata, a cúpula da guarda, subordinada ao Executivo, trocou componentes de posto de trabalho, impediu os manifestantes de realizar horas extras e fez repentina mudança de escalas de plantão. Diante da postura, os prejudicados entraram com representação no Ministério Público para denunciar a retaliação.

Novo encontro de negociação no Paço ocorreu ontem, porém, sem grandes avanços. A Prefeitura informou que está analisando as propostas encaminhadas pela comissão dos guardas. A administração nega qualquer tipo de retaliação aos manifestantes.

O guarda Wheber Lopes enfatizou que, além de sofrer com a represália, houve abertura de sindicância na corregedoria da GCM para averiguar os responsáveis pelo suposto tumulto realizado na última passeata. "Não fizemos nada de ilegal. Foi tudo fora do expediente e oficiado aos órgãos competentes. Porém, diante do posicionamento, muita gente se acovardou."