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Famílias pedem moradia à CDHU

Moradores de área de risco andreense tiveram problema no cadastro e não conseguem casa

Renato Cunha
Especial para o Diário
26/10/2014 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Duas famílias andreenses convivem em espaço de cerca de 7 m² na Rua dos Dominicanos, no Jardim Santo André, na cidade. As oito pessoas estão no alojamento desde 2009, quando foram retiradas de área de risco pela Prefeitura com a promessa de ser cadastradas em programa de Habitação da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). São os únicos habitantes que ainda restam no espaço.

O casal José Belo da Silva e Marinalva dos Santos da Silva tinha um barraco em viela da região, junto com seus três filhos. Nos fundos, a dona de casa Marinete dos Santos da Silva, 31 anos, filha do casal, improvisou moradia para abrigar suas duas crianças. Estavam nessa situação quando receberam a visita de técnicos da Prefeitura, que avisaram sobre a área de risco.

O operador de informática André Luiz Santos da Silva, 22 anos, filho de Marinalva, relata como foram despejados. “Após um mês da visita da Prefeitura, a CDHU apareceu, sem nenhum aviso, pedindo que colocássemos nossos pertences em caminhões. Fomos pegos de surpresa e não deu para pegar tudo, só o que dava para carregar”, recorda.

As duas famílias seguiram para a quadra de uma escola, onde havia outras pessoas na mesma situação. Silva afirma que, devido ao estado emocionado de Marinete, a CDHU acabou cadastrando as duas famílias como uma só. Porém, no ano 2000 Marinalva e o marido já haviam sido atendimentos por programas da CDHU, o que fez com que ambas as famílias ficassem de fora do cadastro, já que um dos critérios da companhia estadual é que a pessoa nunca tenha sido beneficiada.

Silva narra como sua mãe, Marinalva, tentou procurar auxílio. “Ela buscou várias vezes os programas sociais da Prefeitura e eles alegavam que não era possível inscrever a gente porque não tínhamos o laudo da Defesa Civil sobre a área de risco. Mas nunca recebemos esse documento.”

Marinete ressalta que também já tentou fazer a inscrição de sua família. “Eles continuam pedindo o bendito laudo. A gente não conseguiu nem entrar na reunião que a CDHU fez no bairro, minha mãe voltou de lá chorando.”

Os vizinhos das famílias no alojamento já receberam unidades habitacionais. Segundo os que restaram, a CDHU deu prazo de 40 dias para que saiam, embora não tenham para onde ir.

Silva conta como é difícil morar em ambiente tão pequeno. “Para liberar espaço, passo as noites na igreja aqui perto”, relata. Ele cobra posição das autoridades para o problema. “Quero que a gente consiga se inscrever nos programas como todo mundo. Na nossa casa tem crianças e idosos. Eles nos tratam como se não tivessem tirado a gente da nossa casa.”

Procurada, a Prefeitura de Santo André não se manifestou. Já a CDHU se limitou a mandar documento com os critérios para fazer parte de programas habitacionais, porém, sem citar o problema específico das duas famílias.  




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