A espera de Arthur Zanetti por espaço melhor para treinar está com dias contados. Depois de muita cobrança e até ameaça de deixar São Caetano, o medalhista de ouro na prova das argolas na Olimpíada de Londres, em 2012, receberá em 2015 um local novo para se preparar com foco nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro. Segundo o secretário se Esporte e Turismo de São Caetano, Walter Figueira, nas próximas semanas começam as obras no antigo Centro de Ginástica, na Avenida Presidente Kennedy.

O local, que está abandonado há muitos anos, será totalmente reformado, onde será construído um prédio com estrutura compatível com o que há de melhor no mundo. “O projeto já está pronto e estamos esperando passar o período eleitoral para poder retirar o dinheiro, que já está separado pelo Ministério do Esporte. Creio que a verba esteja liberada na próxima semana para começarmos a obra”, comentou Figueira.

No total, o Ministério vai investir R$ 6,5 milhões no local, sendo que São Caetano arcou com mais R$ 300 mil referentes à elaboração do projeto e cedeu o terreno. Além da parte estrutural, serão comprados novos equipamentos para abrigar toda a equipe de ginástica da cidade, que atualmente treina em ginásio improvisado na mesma avenida, mas que tem muitas deficiências, sendo a principal delas o forte calor e pouco espaço para academia.

CBG convoca, mas não banca a Seleção

Em outubro, atletas do Grande ABC foram selecionados pela CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) para participar do Campeonato Sul-Americano Juvenil e Infantil, em Trujillo Moche, no Peru. A boa notícia, porém, veio acompanhada de outra desagradável. A entidade divulgou os nomes, mas não arcou com as despesas da competição, deixando os atletas à vontade para bancar o investimento ou desistir da disputa.

Segundo Salete Mineguello, coordenadora da ginástica artística de São Caetano – que teve quatro atletas selecionados –, os pais dos ginastas e a Prefeitura tiveram de fazer o investimento. “Precisamos pagar tudo, desde as passagens aéreas, hospedagem, alimentação, taxa de inscrição na competição e até mesmo os uniformes de treino e de competição. Detalhe: ainda fomos obrigados a colocar o logo da CBG e do Brasil”, desabafou a coordenadora.

Salete diz que que já recorreu até ao Ministério do Esporte para resolver a situação, mas não teve êxito. Segundo ela, o fato cria incômodo. “O que vou dizer para um ginasta que foi convocado? Que ele não vai? Muito desmotivante. Em São Caetano temos a associação dos pais que se juntaram e conseguiram pagar as viagens”, explicou ela, que não soube informar a quantia investida.

A CBG diz que não consegue pagar os gastos porque não tem verba disponível. “Existe uma ordem de prioridade, pois infelizmente não temos os recursos suficientes para arcar com todas as despesas de todas as modalidades e categorias. Dessa forma, temos de priorizar com ênfase aos Jogos Olímpicos de 2016”, informou nota emitida pela entidade.

Além dos quatro atletas, São Caetano mandou dois técnicos para a competição. A Seleção Brasileira contou com um atleta de Santo André, três de São Bernardo e dois de Barueri.