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'Topsy-Turvy': ironia sutil e requintada
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
04/01/2001 | 17:53
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Sério quando cômico e leve quando grave, o requintado filme Topsy-Turvy enche os olhos, não só pelo colorido do figurino, premiado com o Oscar (a maquiagem também levou o prêmio). Estão lá as prima-donas da ópera e seus chiliques nos bastidores da produção de um espetáculo, cantores inclusive. Está lá também uma sutil ironia do comportamento humano pelo diretor inglês Mike Leigh. Estréia nesta sexta-feira em São Paulo no Top Cine.

O único inconveniente é a duração – são duas horas e 40 minutos. A expressão topsy-turvy é uma gíria inglesa para “confusão”, “às avessas” ou “de pernas para o ar”. Ou, ainda, em uma versão abrasileirada, samba do crioulo doido. No caso, opereta cômica. O filme revive o processo de criação da dupla William Gilbert (1836-1911), autor, e Arthur Sullivan (1842-1900), compositor, na Londres de 1884.

Ricos devido a sucessos de público com óperas cômicas no Teatro Savoy, eles amargam um fracasso e entram em crise. Sullivan (Allan Corduner) decide mudar de vida e fazer composições sérias, arriscando decair seu estilo de vida abastado. Gilbert (Jim Broadbent) procura consolo em uma feira japonesa. Aí, tem a inspiração para escrever O Mikado, que traz de volta a força da dupla.

A partir daí, o filme faz uma espécie de making of da produção. Pode parecer que um filme de época vitoriana nada tenha a ver com os contemporâneos Segredos e Mentiras (vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 1997) ou Garotas de Futuro. Mas nele está a mesma obsessão de Leigh: ironizar comportamentos humanos.




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