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Corpo é furtado de cemitério em Diadema

Caso aconteceu em necrópole municipal da cidade; natimorto reapareceu no próprio local um dia depois e foi enterrado novamente

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
22/10/2014 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Três sepulturas foram violadas na madrugada de domingo no Cemitério Municipal de Diadema, localizado na Alameda da Saudade, na Vila Conceição. O caixão de um natimorto foi furtado e reencontrado na própria necrópole na manhã de segunda-feira. O esquife estava aberto e, após o reconhecimento da família, o corpo foi sepultado novamente, em uma ala destinada a bebês.

A criança nasceu morta em dezembro do ano passado. A mãe, a empregada doméstica, Luzineide da Silva, 56 anos, disse que o sumiço do caixão foi outro choque para a família. “No domingo a Guarda Civil Municipal me procurou para me acompanhar até o cemitério. Só lá me contaram que o corpo do meu filho tinha sumido. Entrei em desespero, fiquei revoltada. Foi uma dor maior do que ter que enterrá-lo há praticamente um ano”, disse.

Luzineide contou que vai entrar com uma ação de danos morais contra a administração do cemitério. “Acima de tudo, vou fazer isso porque não quero que volte a acontecer com ninguém. Já conversei com uma advogada e estamos procurando testemunhas.”

Questionada, a Prefeitura de Diadema respondeu que a segurança do cemitério funciona 24 horas. “O local da ocorrência se deu na área de túmulos conhecida como columbário. A família foi notificada e o cemitério promoveu a lacração do túmulo”, disse, em nota.

 

ESTRUTURA

Este não é o único problema do cemitério da cidade. A equipe do Diário flagrou, em visita ao local, diversos despachos realizados em cima dos túmulos, inclusive com galinhas mortas.

A Secretaria de Defesa Social de Diadema esclareceu que desde 1998 o cemitério conta com área específica para a realização de oferendas a deuses da cultura afro-brasileira. Na entrada do cemitério há um aviso para que os praticantes dessas religiões chamem um funcionário para abrir o espaço. Segundo a Prefeitura, não é permitida a realização de cultos afro-brasileiros fora desse local.

Lélia Gomes da Silva, 84, tem um comércio em frente à necrópole e disse que algumas pessoas costumam pular o muro à noite. “A gente não sabe exatamente para que, mas isso acontece.”

A comerciante Edna Rodrigues, 46, disse que houve melhorias na administração. “Antigamente o cheiro era muito forte por aqui, não dava para respirar.”

A equipe de reportagem também viu muitos insetos, principalmente baratas, no local. A administração respondeu que a dedetização é realizada duas vezes ao mês.

De acordo com a Prefeitura, o velório foi reformado em 2013 e está em condições normais de uso. O cemitério também não tem nenhuma intervenção prevista.




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