Economia Titulo Em setembro
Venda financiada de carros tem melhora

Menor restrição na concessão de crédito ajudou a elevar comercialização, avaliam concessionárias

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
21/10/2014 | 07:25
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Denis Maciel/DGABC


O volume de financiamentos de veículos zero-quilômetro esboçou reação no Grande ABC em setembro, seguindo o que também se verificou em todo o País. No mês passado, foram assinados 7.428 contratos de compras a prazo de automóveis e comerciais leves (picapes e utilitários esportivos) novos nos sete municípios, 15% mais que em agosto. Os números são semelhantes à alta de 15,7% observada em nível nacional.

Para representantes do setor, a expansão no mês sinaliza que as medidas do Banco Central para injetar mais recursos na economia, com a redução do depósito compulsório (instrumento por meio do qual as instituições financeiras têm de recolher dinheiro dos depósitos ao Banco Central), surtiram algum efeito.

Lojistas de concessionárias da região confirmam que está sendo um pouco mais fácil a aprovação de fichas dos clientes junto aos bancos. “Tendo entrada de 20% a 30%, hoje a análise já é feita de outra forma, a exceção ainda é o 100% financiado (sem entrada, para o qual não se consegue o crédito)”, diz a gerente Edneia Vedovatto, de revenda Volkswagen em São Bernardo.

O consultor de vendas Sérgio Moura, de loja da marca Ford em Santo André, também observa que a situação melhorou bastante, embora cite que, neste mês, os consumidores estão pesquisando, mas estão adiando o fechamento de negócios. “Talvez estejam aguardando a eleição, para ver o que vai acontecer com a economia”, diz.

ABAIXO - Apesar da expansão no mês, os números de vendas financiadas de autos leves novos, passados pela Cetip – empresa que reúne o cadastro das restrições financeiras de carros dados como garantia em operações de crédito –, ainda estão abaixo do patamar de 2013. Na região, nos nove primeiros meses do ano, na comparação com igual período de 2013, o recuo está em 9,2%.

Para o professor de Finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração) Rodolfo Olivo, o efeito das medidas do Banco Central, embora seja observado, será pequeno. “Vão na direção certa, mas são tímidas”, diz. Ele avalia que, para realmente reverter o cenário de retração nos financiamentos, são necessárias ações mais profundas de política econômica, como corte de gastos públicos, para possibilitar a redução da Selic (a taxa de juros básica da economia).

Olivo cita ainda que, nesse cenário de juros altos, inflação elevada e incertezas, que geram desconfiança, por exemplo, se as pessoas continuarão empregadas nos próximos meses, fazem com que se posterguem dívidas de longo prazo. Ele acrescenta que, nesse contexto, o 13º salário pode ajudar outros segmentos, mas deve influir menos na área de veículos, já que esse abono pode servir para a entrada do carro, mas o consumidor não parece disposto a entrar em compras financiadas.  




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