Economia Titulo Balanço
Microempresas têm
forte queda em vendas

Faturamento caiu 7,2% neste ano até agosto
na região, bem mais que na média do Estado

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
21/10/2014 | 07:26
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Claudinei Plaza/DGABC


As vendas das micro e pequenas empresas do Grande ABC apresentaram, em média, retração expressiva de 7,2%, de janeiro a agosto, em relação ao mesmo período de 2013. O desempenho, que já desconta a inflação do período, é bem pior do que o observado em companhias desses portes em todo o Estado, onde o recuo foi de apenas 1,2%.

Os números, que são de pesquisa do Sebrae-SP em parceria com o Seade divulgada ontem, mostram que a economia dos sete municípios tem sido mais impactada que outras regiões do Estado por causa dos efeitos da crise no setor automotivo, bastante representativo no Grande ABC, e que reflete também em outras atividades. “Há uma reação em cadeia, a indústria automobilística apresenta dificuldade que acaba impactando no comércio (sem emprego ou com medo de perdê-lo, as pessoas põem o pé no freio do consumo e as lojas diminuem suas vendas)”, afirma o coordenador de pesquisas do Sebrae, Marcelo Moreira.

Apesar do cenário, o ritmo da queda no faturamento vem diminuindo. No ano até julho, a retração estava em 7,8% frente ao mesmo período de 2013. Já na primeira metade do ano, o recuo era de 10,2% e, antes disso, nos primeiros cinco meses do ano, contabilizavam redução de 11,4% em comparação com o registrado no mesmo período anterior.

Apesar da tendência ascendente, Moreira avalia que números mais próximos da estabilidade devem ser verificados só em 2015. Já para a média do Estado, o coordenador da pesquisa considera que será possível haver empate no fim do ano. “O Natal vai dar um alívio para o comércio, em função do volume de recursos que entram na economia (com a injeção do 13º salário, por exemplo)”, afirma.

No entanto, ele salienta que há uma conjunção de fatores que vêm afetando os negócios dos pequenos empreendedores, como a inflação elevada, acima do teto da meta estabelecida pelo governo; taxas de juros também altas; o crédito bancário restrito e a economia, que está em ritmo lento e já pode ser considerada recessão técnica.

Ainda de acordo com avaliação de Moreira, as incertezas em relação aos rumos da atividade econômica vêm afetando a confiança dos consumidores, o que impactou a receita das micro e pequenas empresas.

CRUZAMENTO - Os dados do Sebrae-SP vão na mesma direção de outro levantamento, da FecomercioSP, que apontou forte recuo no faturamento dos estabelecimentos comerciais do Grande ABC em julho.

Por esse estudo, o varejo foi puxado para baixo por segmentos como concessionárias, vestuários, tecidos e calçados e eletrodomésticos, o que, segundo o economista dessa entidade, Guilherme Dietze, ocorreu pelo adiamento de compras de itens financiados e pela priorização de produtos mais básicos (como alimentos) por parte do consumidor.
 




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