Economia Titulo Mudança
Empregados da Mercedes protestam em Juiz de Fora

Ato ocorre após decisão da montadora de trazer produção para o Grande ABC

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
09/10/2014 | 07:25
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Trabalhadores da Mercedes-Benz em Juiz de Fora, interior de Minas Gerais, seguiram parados ontem, pelo segundo dia consecutivo, em protesto contra a decisão da montadora de encerrar a produção de caminhões no município para concentrar essa atividade em São Bernardo.

A companhia havia anunciado na terça-feira aos trabalhadores mineiros que o modelo leve Accelo seria feito só até 2016 e o pesado Actros até 2018 em Juiz de Fora. A planta fabril passaria a fazer apenas a cabina e a pintura, e a montagem final seria repassada para o Grande ABC.

A preocupação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas de Juiz de Fora e Região é com a continuidade dos 450 empregos da fábrica mineira. Questionada pelo Diário, a Mercedes garantiu que não haverá demissões no local.

Segundo o presidente do sindicato, João César da Silva, cada caminhão custa R$ 400 mil, enquanto cada cabina, apenas R$ 10 mil e, por isso, fica difícil imaginar que, após 2018, as cabinas permanecerão saindo dessa unidade.

A intenção de transferir a produção dos dois modelos, hoje feitos em Minas Gerais, seria resultado de negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Segundo a entidade, a empresa teria se comprometido a investir 1 bilhão de euros, ou cerca de R$ 3 bilhões na fábrica em troca de aprovação de acordo salarial, previsto para durar até 2017, e que abrange reajuste pela inflação – neste ano pago sob forma de abono, de R$ 5.250, mais aumento real de 2% transformados em 44 horas no banco de horas. Além disso, em 2015, 2016 e 2017, as correções vão repor as inflações acumuladas direto em incrementos nos salários e altas reais, de 2%, em forma de abonos, de R$ 2.427 até R$ 2.661.

E a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) atingirá neste ano R$ 10.102. O fim do lay-off dos cerca de 1.200 funcionários foi postergado de 30 de novembro para 30 de abril – a partir de então com o pagamento integral dos salários pela empresa, já que, nos primeiros cinco meses, a renda era paga apenas em parte com a complementação do restante com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Também serão abertos dois PDVs (Programas de Demissão Voluntária) em novembro e janeiro.
 




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