Economia Titulo Greve
Bancários fecham
104 agências na região

Primeiro dia de greve da categoria tem 1.350
trabalhadores de braços cruzados e reclamações

Daniel Tossato
Especial para o Diário
01/10/2014 | 07:05
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Andréa Iseki/DGABC


O primeiro dia de greve nos bancos atingiu 104 agências na região ontem, ou 26% do total de estabelecimentos nas sete cidades. Ao todo, informou o Sindicato dos Bancários do Grande ABC, 1.350 trabalhadores cruzaram os braços – 19% do efetivo das sete cidades.

A entidade não recebeu novo contato dos bancos para negociar, portanto, a greve continua com estratégia de fechar mais agências do que ontem. Na segunda-feira, os bancários aprovaram, em assembleia, a reprovação da contraproposta dos patrões e a adesão da greve. Ontem, questionada sobre a possibilidade de nova proposta ou contato com os bancários para reunião, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) se posicionou apenas lembrando que apresentou contraproposta no fim de semana.

“A Federação Nacional dos Bancos informa que apresentou no sábado, às lideranças sindicais dos bancários, proposta de reajuste de 7,35% a ser aplicado nos salários. Para o piso da categoria, os valores propostos para a convenção coletiva 2014/2015 equivalem a reajuste de 8%, chegando a R$ 2.403,60 para o caixa, por jornada de seis horas por dia – após 90 dias de emprego. Nos dois casos está assegurado novo aumento real (acima da inflação)”, informou a Fenaban, por nota, na tarde de ontem.

A categoria pede aumento salarial de 12,5% e reprovou duas propostas dos bancos, que igualmente ofertaram incremento real da primeira vez, com alta de 7% e 7,5% para os pisos.

QUEIXAS - Na região, consumidores reclamaram da paralisação, principalmente nas regiões centrais, como na Rua Senador Flaquer, em Santo André, reduto de agências, que estavam todas fechadas, apenas com os halls de atendimento em atividade. Aparentemente, muitos clientes que entravam nos estabelecimentos foram pegos de surpresa. É o caso da auxiliar de enfermagem andreense Norma Camargo, 63 anos, que não conseguiu resolver problema com um cheque. “Não sabia que os bancários estavam em greve. Não sei o que fazer agora”, desabafou.

Apesar de os caixas eletrônicos ficarem disponíveis para os clientes nas agências paralisadas, algumas pessoas se complicaram por enfrentar barreiras nas operações disponíveis nesses equipamentos. Foi o que aconteceu com o autônomo José Wilson, 29. “Preciso depositar um dinheiro e como o valor é grande não posso fazer a operação no caixa eletrônico”, disse. Ele está preocupado com o seu negócio, tendo em vista que a greve quebrou sua rotina de, em média, cinco idas aos bancos por semana. “Essa situação sempre me complica. É uma pouca vergonha!”, esbravejou.

Em meio às críticas de alguns clientes, os bancários, com camisetas com dizeres sobre a campanha salarial, tentaram acalmar os ânimos entregando panfletos à população com explicações sobre a paralisação e suas reivindicações.

O pensionista Antônio Aparecido Lima, 61, entretanto, não precisou de tais informações, pois garantiu que acompanhou as notícias da greve. “Hoje (ontem) só saí de casa para tirar um extrato”, explicou. Ele se mostrou a favor da paralisação, defendendo como uma causa justa. “O aumento tem que ser repassado aos trabalhadores. Só peço que não prejudiquem os aposentados.” O sindicato garantiu, na segunda-feira, o pagamento dos beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Colaborou Pedro Souza 




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