A Volkswagen tem projeto para lançar, até 2014, modelo superpopular no Brasil, com preço na faixa dos R$ 23 mil, o mesmo praticado pelo carro mais barato importado da China, o QQ, da Chery.

O veículo deverá ser baseado no hatch Lupo - a nova geração desse modelo, em fase de protótipo na Europa, chama-se Up!. A versão brasileira passará por adequações, terá por exemplo motor de alumínio, e já está em testes na fábrica de São Bernardo, segundo informou Gerard Praetorius, diretor da Volkswagen na Alemanha ao jornal Brasil Econômico. Apesar da declaração do executivo alemão, no Brasil a montadora não confirma as informações.

Para especialistas, o que é dado como certo é que o compacto será um Lupo brasileiro e que a intenção é entrar na briga com os asiáticos pelo nicho da classe C.

O consultor automotivo e conselheiro da SAE Brasil Sociedade de Engenharia da Mobilidade, Francisco Satkunas, diz que diversas grandes montadoras estão nessa corrida, por meio da pesquisa para miniaturização de peças e materiais mais leves para tornar os projetos viáveis.

No ano passado, o presidente da montadora no Brasil, Thomas Schmall, havia informado que a Volks estudava lançar modelo popular para atender o público de renda mais baixa, que não tem acesso a modelos zero-quilômetro.

Satkunas cita que a Ford já desenvolveu nos Estados Unidos motor de três cilindros e a Fiat tem outro, de apenas dois cilindros, para modelos mais compactos. O consultor afirma que a tendência de miniaturização não é de hoje, mas deve se intensificar nessa disputa por esse nicho de mercado. "Na década de 1980, quando surgiu o freio ABS, ele pesava 5 quilos, hoje tem 300 gramas".

As montadoras têm a preocupação com a invasão dos importados, que já abocanham 20% das vendas totais de veículos no País. Mas não é só isso. Há interesse em explorar a força do mercado nacional. O Brasil, no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, é o quinto maior no ranking mundial de comercialização de carros, atrás apenas da China, Estados Unidos, Alemanha e Japão. "Há espaço para muita gente. Esse mercado deve chegar a 5 milhões de veículos em quatro a cinco anos", diz o especialista.