Os novos diretores da Musical FM - três pastores evangélicos - apresentaram nesta segunda à noite, em um coquetel fechado para convidados, no Hotel Hilton, em Sao Paulo, a nova grade de programaçao. Conhecida por ser uma das poucas emissoras paulistanas a dedicar tempo integral à MPB (Música Popular Brasileira), a rádio passará a exibir músicas e programas evangélicos. A mudança gerou uma onda de protestos dos antigos ouvintes, que enviaram cerca de 500 e-mails protestando contra a mudança.

"Todos os que hoje reclamam deveriam ter investido mais na Musical FM. Pela informaçao que tivemos, a rádio passava por problemas financeiros", afirmou o pastor e deputado estadual do Grande ABC, Daniel Marins (PPB), um dos novos diretores da emissora. Marins é supervisor estadual da Igreja do Evangelho Quadrangular.

A denominaçao evangélica dividiu o negócio com outras duas: a Comunidade da Graça, do pastor Carlos Alberto de Quadros Bezerra, na qual um dos templos fica no bairro de Rudge Ramos, em Sao Bernardo, e Assembléia de Deus (Ministério do Bom Retiro), do pastor Jabes Alencar. Os três líderes religiosos arrendaram a rádio por um período de cerca de três anos, pagando um aluguel mensal de R$ 250 mil.

Segundo Marins, a nova direçao da Musical "deixou em aberto aos patrocinadores e produtores dos antigos programas de MPB a dividirem o tempo com a música gospel, na nova grade da rádio". A ex-deputada federal Marta Suplicy (PT), que gravava comentários políticos veiculados diariamente na programaçao, é uma das poucas personalidades que deverá permanecer.

Ainda de acordo com o deputado estadual, o diferencial da nova Musical FM para as demais rádios evangélicas da cidade reside no fato de que a emissora "nao será dedicada à propaganda de determinadas denominaçoes cristas nem fará exclusivamente a pregaçao evangélica". "Será uma rádio que irá promover a música gospel e estará aberta a outros ministérios em geral".