Última atualização às 18h40, do dia 27

Os três suspeitos de terem queimado viva a dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, de 47 anos, na quinta-feira, em São Bernardo, foram presos pela polícia na madrugada de hoje. Entre eles está Jonatas Cassiano Araújo, de 21 anos, o único que havia sido reconhecido pelas imagens de um posto de gasolina, e Victor Miguel dos Santos da Silva, de 24 anos. O terceiro suspeito é um adolescente de 17 anos.

Um quarto suspeito, que ainda está foragido, é Thiago de Jesus Pereira, de 25 anos. Ele é o homem de óculos e camiseta azul que aparece no retrato falado divulgado pela polícia na sexta-feira.

Eles foram encontrados por volta das 3h em duas casas distintas na favela Santa Cruz, em Diadema. Victor Miguel foi preso em flagrante, por porte ilegal de arma. Um outro menor também foi preso por facilitar o esconderijo da quadrilha, mas sem participação direta no crime.

Fotos: Orlando Filho/DGABC

Jonatas Cassiano de Araújo tingiu o cabelo de loiro para dificultar a captura pela polícia

Os responsáveis por atear fogo na dentista foram Victor Miguel e o adolescente. Thiago também estava dentro do consultório no momento, enquanto Jonatas era o único que havia saído com o Audi preto para fazer o saque no caixa eletrônico de um posto de gasolina.  Assim que Jonatas ligou avisando os comparsas sobre a pouca quantia na conta, os criminosos, irritados, colocaram fogo em Cinthya, que já estava amarrada.

Segundo a policia, há oito casos que ocorreram entre São Bernardo e a Zona Sul da Capital que ainda precisam ser investigados e que podem ter ligação com a quadrilha.

Jonatas vai ser encaminhado para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de São Bernardo, assim como Victor. Os dois menores serão levados para a Fundação Casa.

Victor Miguel dos Santos Silva ajudou a atear fogo na dentista

Desenrolar o caso - Na sexta-feira, a mãe e um amigo de Jonatas prestaram depoimento. Em seu testemunho, o amigo contou à polícia que o suspeito ligou para ele logo após o crime, confessou o homicídio e disse que planejava fugir. A mãe de Jonatas, por sua vez, afirmou ter reconhecido o filho nas imagens de câmeras de segurança de um posto de gasolina, onde o rapaz sacou R$ 30 da conta da vítima. O carro usado na fuga pertencia a ela e ainda não ainda foi localizado.

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A polícia já tratava os quatro suspeitos como quadrilha, pois teriam sido responsáveis por outros roubos. Jonatas foi relacionado a outros dois crimes - um assalto à residência e a um outro consultório, no Sacomã.

O corpo de Cinthya foi enterrado no Cemitério da Vila Euclides, em São Bernardo, por voltas das 13h. O velório aconteceu de portas fechadas e a família não permitiu a entrada da imprensa.

Veja a cobertura da Web TV do caso:

O crime - Segundo o delegado Roberto Bueno Menezes, titular do 2º DP, Cinthya atendia uma paciente, por volta das 12h30, quando o bando chegou. Fingindo ser clientes, entraram, anunciaram o assalto, vendaram a paciente que estava sendo atendida e exigiram os cartões bancários da dentista.

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Foram feitas duas retiradas, uma de R$ 10 e outra de R$ 20. Irritados com a pequena quantidade de dinheiro, eles voltaram ao consultório, pegaram uma garrafa de álcool que servia para uso clínico e atearam fogo na dentista.

Abalado, o pai de Cinthya, Viriato Gomes de Souza, de 70 anos, revelou que a dentista não era casada nem tinha filhos.

Manifestação - Vizinhos e amigos da dentistas farão uma passeata na próxima terça-feira, na Via Anchieta, sentido Litoral, às 17h. O intuito será pedir paz e a redução da maioridade penal. (Com informações de Natália Fernandjes)