Cerca de 200 professores da rede de Ensino Infantil de Mauá estão sem receber salário. Eles foram contratados pela Prefeitura, em caráter temporário, em janeiro, para lecionar a partir do dia 4 de fevereiro. No entanto, até o momento, os profissionais não receberam pelo serviço prestado. O contrato de trabalho é de seis meses.

A administração municipal alegou que, devido ao grande volume de contratações em curto espaço de tempo e ao maior cuidado na análise de documentação – como o acúmulo de cargos (alguns professores lecionam no Estado e no município) –, não houve tempo para tabular os dados na folha de pagamento de fevereiro.

Enquanto a remuneração não cai na conta bancária, os profissionais sofrem para continuar exercendo suas funções rotineiramente. “Moro em São Bernardo e estou tendo de pedir dinheiro emprestado para ir dar aula. Gasto R$ 20 por dia de combustível do carro. A sorte é que estou conseguindo me virar, mas a situação é ruim, não dá para ficar dependendo dos outros por muito tempo”, disse uma das professoras prejudicadas pelo atraso, que pediu para não ser identificada. Ela ganha R$ 1.200 para jornada de 22 horas semanais.

De acordo com os profissionais, o primeiro salário era para ser pago no dia 15. A Prefeitura havia informado que a data seria adiada para o dia 30. Porém, até agora, os docentes não receberam. “Essa desculpa de documentação não dá para aceitar, porque estamos trabalhando e temos de receber”, reclamou a professora.

Outra docente disse que o atraso está afetando a vida financeira familiar. “As contas estão vencendo, e não tenho dinheiro para pagar. Não posso ficar sem receber salário”, comentou.