Material de campanha do candidato a prefeito de Mauá José Silva (Psol) com críticas aos governos Leonel Damo (1983 a 1988 e 2005 a 2008) e à filha do ex-prefeito, a prefeiturável Vanessa Damo (PMDB), foi apreendido ontem pela polícia. Os folhetos eram distribuídos no Jardim Haydee por motorista de empresa contratada pela campanha socialista.

Em depoimento na Delegacia Sede de Mauá, Paulo César Prado Marinho disse que retirou o material no prédio da distribuidora GW Log, em Santo André, onde trabalha. E que, antes de iniciar a entrega dos folhetos, compareceu ao escritório do candidato ao Paço Donisete Braga (PT).

Nas páginas centrais, o jornal mostra o currículo político de José Silva e fotos dos 17 candidatos a vereador pelo Psol. A capa é reservada para críticas a Damo e Vanessa, finalizando com a frase "Filho de peixe, peixinho é". A contracapa traz 12 manchetes negativas dos governos do pai. A tiragem é de 15 mil exemplares.

Relacionada como vítima no boletim de ocorrência, Vanessa classificou o episódio como obra "de quem está desesperado com os resultados das pesquisas (de intenções de votos)". Levantamento publicado domingo pelo Diário mostra a peemedebista na liderança, com 31,7%. "Essa campanha baixa é financiada pelo PT", acusou.

José Silva rotulou a apreensão do impresso como "atentado à liberdade de expressão". "Não xingamos nem ofendemos ninguém." O socialista afirma que cabos eleitorais de Vanessa Damo conduziram o motorista à delegacia de forma arbitrária e fazendo ameaças.

O prefeiturável disse não entender por que Paulo César declarou que passou no escritório de Donisete antes de iniciar a distribuição. "O que sei é que a distribuidora contratada por nós é a mesma contratada pelo PT."

A equipe do Diário tentou entrar em contato com Donisete Braga, mas o celular do petista permaneceu fora da área de cobertura da operadora durante a tarde e à noite. Assessores do candidato disseram não ter informações sobre o caso.

GUERRA

Os constantes ataques entre os oito candidatos a prefeito de Mauá fizeram o delegado Alberto José Mesquita Alves afirmar que o material de José Silva foi o "menos irregular e o menos grave" que a sua equipe apreendeu desde o início da corrida eleitoral, em 6 de julho. Ele encaminhou o caso ao Fórum, que decidirá pela devolução ou não dos folhetos.

Em decisões recentes da Justiça Eleitoral, Donisete Braga e Vanessa Damo tiveram de recolher das ruas materiais ofensivos de um contra o outro, sob pena de multa diária de R$ 1.000.