Cultura & Lazer Titulo Leo Gandelman
Brasileiro e de bom gosto
Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
19/08/2012 | 07:43
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Dono de música elegante e ousada, Leo Gandelman é daqueles músicos que comem, bebem, respiram, vivem música. Talvez essa seja a receita para o ótimo resultado de seu novo álbum - já na segunda edição na Europa -, 'Vip Vop' (Saxsamba, R$ 25 em média), trabalho que marca 25 anos de carreira solo. Além do disco, um DVD de mesmo nome (R$ 39 em média) ganha lançamento. Com as mesmas canções do disco, o registro foi filmado ao vivo no Teatro Municipal de Niterói.

Saxofonista brasileiro conhecido e consagrado - já tocou em estúdio com figuras como Gal Costa, Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Milton Nascimento e Chico Buarque -, ele recheia a obra com dez composições inéditas e autorais que passeiam pelo jazz, gênero que, de acordo com Gandelman, é música improvisada. 'Vip Vop' - jogo de palavras que, segundo o artista, significa pessoa muito importante (VIP) e pessoa bem comum (VOP), traduzido do inglês, começou a ser composto em 2010.

O som 100% orgânico e acústico é resultado de horas em seu estúdio particular. "Gravamos todos juntos, com clima ao vivo", diz. O compositor conta que ele e a banda já tocavam as canções há algum tempo antes de mergulharem no processo.

O novo trabalho não é como os demais de sua discografia, como ele mesmo afirma. "Mudo muito, tenho discos diferentes. Em 2007 lancei 'Radamés e o Sax'. Depois, 'Sabe Você' chegou com diversos convidados como Luiz Melodia, que interpreta 'Aos Pés da Cruz', de Marino Pinto e Zé da Zilda. "Em 2011 fiz o 'Origens'. São concertos para saxofone e piano com composições de Heitor Villa-Lobos, Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga."

Já 'Vip Vop' mergulha no cancioneiro carioca da metade do século passado. "Esse disco traz uma visão pessoal da música produzida no Rio de Janeiro nos anos 1950 e 1960. A música de Edison Machado, Sérgio Mendes e tantos trios", conta.

Esse reflexo está delicadamente escancarado por Gandelman - acompanhado por David Feldman (piano), Alberto Continentino (contrabaixo) e Renato Massa (bateria) - em 'Nego Tá Sabendo' e 'Numa Boa'.

Figura que batalha para se divulgar, Gandelman encara sua música como alternativa. "Não é fácil encontrar espaço. A mídia massiva espalha o sucesso do momento. Minha dedicação e meu sonho me levam em frente."




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