Economia Titulo Decisão
Governo descarta prorrogar
redução do IPI para carros

Apesar disso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou
que setor automobilístico cumpre acordo de manter empregos

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
01/08/2012 | 07:19
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem, em Brasília, logo após reunião com executivos da General Motors do Brasil, que o governo não cogita prorrogar a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os carros. A medida, lançada no fim de maio e que diminuiu a alíquota do tributo - no caso dos veículos 1.0, passou de 7% para zero - só vale até o dia 31.

Mantega também disse que o setor automobilístico cumpre o combinado, ou seja, está mantendo os empregos como contrapartida ao IPI reduzido, e informou ainda que foi feita a verificação dos números de empregos da GM e se constatou que a montadora está gerando postos de trabalho.

A informação contraria levantamento feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), com base em dados do Ministério do Trabalho e Emprego, que apontou que a empresa demitiu 1.189 funcionários em um ano, dos quais 1.044 só em São José dos Campos. Em São Caetano, teriam sido 349 postos a menos, enquanto, em Gravataí (RS), ocorreu a abertura de 204 vagas. Nesses números não estão incluídos os 356 cortes feitos por PDV (Plano de Demissão Voluntária) na planta do Interior. A posição de Mantega gerou dura crítica do Sindicato dos Metalúrgicos de São José. "O ministro diminui a si próprio, assumindo o papel de mero porta-voz da GM", disse em nota aos trabalhadores.

FECHAMENTO - A reunião de Mantega com representantes da companhia deveu-se a informações de que a montadora estava demitindo e que encerraria a linha de produção de automóveis naquele complexo fabril, o que poderia gerar o fechamento de até 1.500 postos de trabalho. Após o encontro, no entanto, o ministro disse que os problemas naquela fábrica eram caso isolado. "O que nos interessa é que a empresa está contratando", disse Mantega.

A GM volta a se reunir com o sindicato do Interior no sábado, às 9h, para que ambos negociem solução para os trabalhadores daquela unidade. Além da montagem de automóveis (que atualmente só faz um modelo, o Classic), o complexo, que emprega 7.200 pessoas faz também a picape S10, motores e cabeçotes, transmissões e tem ainda estamparia, unidade de peças de plástico e de CKDs (veículos desmontados) para exportação.

NÃO PRORROGAÇÃO - Representantes do setor automotivo demonstram preocupação com a possibilidade de que não seja estendido o prazo de redução do IPI. Para o presidente do Sincodiv-SP (Sindicato das Concessionárias de Veículos no Estado de São Paulo), Octávio Vallejo, o mercado necessita da prorrogação. Por sua vez, o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, recentemente disse que vai ser difícil que as vendas do segmento cresçam em 2012 frente a 2011 se não houver a continuidade do tributo reduzido. (com agências)

 

Sindicato prepara proposta para reativar área de caminhões

Se o mercado de automóveis reagiu, nos últimos dois meses, o segmento de caminhões amarga forte queda nas vendas frente a 2011. Para tentar dar fôlego ao segmento, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC prepara proposta que deve apresentar em breve ao governo, para que se dê, como medida emergencial, bônus na troca do caminhão velho pelo novo.

Apesar de recentemente o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ter reduzido os juros da linha PSI Finame, destinada à compra de caminhões e ônibus, os efeitos favoráveis dessa diminuição foram pouco sentidos. Isso por causa da retração da demanda na indústria e da falta de confiança dos empresários no cenário econômico para investirem na renovação das frotas.

MOTOS - O governo já estuda medidas para estimular o setor de motocicletas, afirmou ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele disse que o segmento já tem redução do IPI, mas houve retração na oferta de crédito. "No caso das motos, falta financiamento. Estamos trabalhando no sentido de voltar a estimular o crédito para motos", disse Mantega. (com ABr)

 

Medida surtiu efeito e vendas de julho devem bater recorde

As medidas adotadas pelo governo em maio, como a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para estimular a indústria automotiva, surtiram efeito. As vendas de veículos passaram de 280 mil em maio para 353 mil em junho. "Em julho, a previsão é que se tenha vendido 360 mil veículos. Se isso ocorrer, porque até agora (dia 30) foram vendidos cerca de 340 mil, esse será o melhor julho da série histórica, ou seja, será o maior volume de vendas para o mês", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Junto com o aumento das vendas, as empresas também reduziram estoques e aceleraram o passo da produção. Diversas fábricas de automóveis do Grande ABC, que vinham com jornada reduzida (de quatro dias semanalmente), agora estão com semana normal para atender ao aumento da demanda.

Mantega disse que as empresas automobilísticas não deixaram de cumprir o acordo firmado com o governo, que incluía, além de não demitir funcionários, manter os investimentos. Segundo o ministro, de 2012 até 2015, o segmento deve investir R$ 22 bilhões. "Isso só vai ocorrer se o mercado de veículos estiver crescendo e se tivermos condições de competitividade. Para dar essa competitividade e dar impulso ao mercado, que tinha se contraído por causa da indústria internacional, tomamos estas medidas", afirmou. (com ABr)

 




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