A lagartixa é insetívora, ou seja, alimenta-se de insetos, como baratas, besouros, formigas e mosquitos. Entretanto, algumas espécies também comem carne. É o caso, por exemplo, da lagartixa-leopardo que ingere pequenos roedores.

Ao contrário do que muita gente pensa, o réptil não é perigoso. E justamente por causa dos hábitos alimentares ajuda a combater o aumento de vetores (animais que podem transmitir doenças ao homem). Por isso, ninguém deve matá-lo.

Durante o dia, a lagartixa encontrada na cidade (Hemidactylus mabouia) se mantém escondida em frestas e buracos nas paredes, onde também deposita os ovinhos. A busca por comida começa ao entardecer. Ataca insetos que se movem na sua frente. Assim, fica perto de locais com luz nos quais se concentram mais bichinhos, que estão lá para acasalar.

Anda por qualquer lugar para capturá-los, até mesmo pelo teto. Como é possível? Em suas patas existem milhões de microcerdas (pelinhos duros e ásperos) que exercem força de atração na superfície; desse modo, fica grudada e não cai. Mas nem todas têm a habilidade. A lagartixa-leopardo anda mais pelo chão por possuir menos cerdas.

TIPO DE LAGARTO - A lagartixa pertence ao grupo dos lagartos. Existem centenas de espécies, encontradas em regiões quentes da América, África, Ásia e Europa. Prefere esses locais porque, como todos os répteis, a temperatura de seu corpo regula-se de acordo com a do ambiente.

A pele, em geral, é coberta por escamas finas. Não transpira para não perder a água do organismo. Bota de dois a três ovinhos, que demoram entre 45 e 75 dias para eclodir. Vive, em média, 8 anos.

Estratégia de defesa

Uma das características mais curiosas da lagartixa é que, ao se sentir ameaçada, solta um pedaço da própria cauda, que continua se movimentando, para distrair o predador e poder fugir. O fenômeno recebe o nome de autotomia caudal.

O réptil consegue separar a parte da cauda do corpo ao contrair os músculos nos pontos em que as articulações (áreas nas quais dois ou mais ossos se juntam) são bem frouxas. Nessas regiões, pele, vasos sanguíneos, músculos e nervos se desconectam.

A cauda cresce novamente em cerca de três semanas, mas será menor. Seu interior não terá mais ossos; serão substituídos por cartilagem. Assim, uma nova interrupção acontecerá na parte que ainda existe osso.

Outras espécies

- Gekko gecko é uma das maiores espécies; atinge cerca de 40 cm. Originária da Ásia, costuma viver em árvores. Em geral, tem hábito solitário e é bastante agressiva. Já foi vista enfrentando uma cobra para salvar outra lagartixa.

- Coleodactylus amazonicus é a menor lagartixa brasileira. Mede de 2 cm a 3 cm e vive na Amazônia. Acredita-se que surgiu no período Cretáceo, entre 145 e 65 milhões de anos atrás.

- Phelsuma madagascariensis grandis tem hábito diurno e é bem colorida. Habita a ilha de Madagascar, na África. Além de insetos, costuma alimentar-se do néctar e pólen das flores, frutas e mel. Mede cerca de 20 cm.

Consultoria do biólogo e professor Del Nero, especialista em répteis e animais selvagens.

Certa vez, Beatriz Vieira de Moraes, 9 anos, de São Caetano, viu uma lagartixa capturando insetos próximos à luz. Desde então, está curiosa para saber quais são os alimentos do réptil. "Deve comer bichinhos ruins. Por isso, não pode matá-la", diz a menina, que não tem medo.