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Diniz mói cana e bebe o caldo

Campanha do candidato a prefeito de Mauá incomoda adversário: 'Isso é ridículo', reclama José Silva; ambos estiveram na feira livre do Jardim Anchieta

Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
16/07/2012 | 07:50
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Desde a largada da campanha eleitoral, há dez dias, o candidato a prefeito de Mauá Diniz Lopes (PR) já vestiu peruca, tricotou, passou roupa e pediu voto para manequins, entre outras peripécias. Ontem, em corpo a corpo na feira livre do Jardim Anchieta, o republicano deu sequência às ações inusitadas para conquistar o eleitorado: moeu cana-de-açúcar e bebeu o caldo, cortesia da dona Lourdes, a proprietária da barraca.

"Somos amigos há muitos anos. Não posso vir à feira sem passar na dona Lourdes", disse Diniz, com a mão no bagaço, após ter espremido a cana por três vezes na máquina. A proprietária da banca aprovou o serviço e afirmou que, caso o político não vença a eleição, terá vaga garantida para trabalhar com ela e os filhos. Adiante, o republicano prometeu limpar peixe na semana que vem.

A estratégia utilizada pelo candidato para se aproximar dos eleitores incomodou José Silva (Psol), seu adversário no pleito. "Eu acho isso ridículo. Limpo peixe na minha casa, como fruta na minha casa e sento piso em casa. Não faço isso para aparecer", criticou. O socialista também passou pela feira do Jardim Anchieta, assim como outros três prefeituráveis: Atila Jacomussi (PPS), Donisete Braga (PT) e Vanessa Damo (PMDB).

 

INVASÃO DE TERRITÓRIO

O Jardim Anchieta é, tradicionalmente, reduto eleitoral de Diniz Lopes, que já morou no bairro - seu coordenador de campanha, Vladmilson Garcia, o Bodinho, mora na rua da feira, a Luiz Antico. O status, contudo, foi rebatido pelos adversários que invadiram seu território. "A cidade não tem porteiro", discorreu José Silva. "A política de Mauá está descentralizada. Com oito candidatos, não dá para dizer que este ou aquele tem reduto", considerou Atila, para se contradizer. "Mas na Zona Oeste e na periferia eu sou mais forte."

O popular-socialista novamente percorreu uma feira livre pregando Mauá de cara nova (o nome da coligação de seu partido com PSC, PRP e PTN). "Porque quem manda aqui não é família nem partido", disse, em referência à alternância no poder protagonizada pelos clãs Damo/Grecco e pelo PT.

No combate à política que impera na cidade há 30 anos, Atila poupou Diniz, prefeito por onze meses em 2005. "Não coloco ele nesta fala porque a eleição (de 2004) foi para a Justiça e Mauá precisava de um administrador interino", expôs, lembrando do caso Túnel do Tempo, que originou a cassação da candidatura de Márcio Chaves (PT, vitorioso no primeiro turno). Após imbróglio jurídico, Leonel Damo (PMDB) foi declarado prefeito.

 "Também não me incluo nisso porque minha passagem foi positiva", avaliou Diniz. Na feira, ele posou para fotos com uma cabo eleitoral de Vanessa Damo.




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