Agora é oficial. As Cataratas do Iguaçu são uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo. A eleição, promovida pela fundação suíça New Seven Wonders - a mesma que pôs o Cristo Redentor carioca entre os sete monumentos mais importantes da humanidade em 2007 - durou quatro anos e revelou joias da natureza que pouca gente conhece, como o Salar de Uyuni, na Bolívia; a Baía de Fundy, no Canadá; as Belogradchik Rocks, na Bulgária; e os vulcões de lama do Azerbaijão. Mas o resultado divulgado em novembro do ano passado ainda era provisório.

Foi só em fevereiro deste ano que o presidente da entidade, Bernard Weber, oficializou o título. Para dar margem a questionamentos, o processo de validação exigiu a recontagem dos votos nacionais e globais, via SMS, e contou com a supervisão de uma empresa de auditoria independente.

O exuberante conjunto de 275 saltos, situado na região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, foi o terceiro integrante da lista a ser confirmado pela fundação. O primeiro a receber a chancela foi a Ilha de Jeju, na Coréia do Sul, em 26 de dezembro. Um mês depois, foi a vez do rio subterrâneo de Puerto Princesa, nas Filipinas, ser incluído no ranking oficial. Já a Amazônia ainda aguarda ratificação, mas vale conhecer os encantos dos eleitos antes que a declaração oficial os deixe abarrotados de visitantes. Confira a seguir os sete vencedores da prévia.

CATARATAS

A confirmação das Cataratas do Iguaçu na seleta lista das Sete Maravilhas Naturais do Planeta foi recebida com festa na Tríplice Fronteira. Para comemorar o título, a prefeitura da cidade paranaense, o Governo de Misiones, a Itaipu Binacional, o Iguassu Convention & Visitors Bureau e outros integrantes do comitê de apoio realizaram um evento público nos dias 25 e 26 de maio. Durante a celebração, os municípios de Foz do Iguaçu, no Brasil, e Puerto Iguazú, na Argentina, receberam placas de bronze com a chancela da New Seven Wonders. "Com o reconhecimento, as cataratas tornam-se parte da memória global", declarou na ocasião o presidente da fundação suíça, Bernard Weber.

O título deve incrementar ainda mais o turismo na região. Só no ano passado, 2,5 milhões de turistas visitaram os dois lados das cataratas, e o conjunto de saltos bate recordes de visitação a cada feriado ou temporada. No último Carnaval, por exemplo, o parque nacional recebeu 32 mil pessoas, cerca de 1.000 a mais em relação ao mesmo período do ano passado. E se depender dos planos visionários das entidades internacionais que apóiam a empreitada, esses número só tendem a crescer. Com o lema Nosso Patrimônio Natural é o Nosso Futuro, os principais representantes dos países que compõem o grupo das Sete Maravilhas se reuniram para firmar os próximos passos na manutenção e divulgação dos sete eleitos. Entre as propostas, ficou definido que as nações trabalharão em conjunto para favorecer o turismo sustentável, o desenvolvimento econômico-social, e a educação ambiental das regiões que abrigam os atrativos naturais.

PASSEIO BRAZUCA

Está certo que o lado mais bonito fica aqui, em terras brasileiras, mas é preciso admitir que a maior parte das gigantescas quedas (cerca de 70%) pertence a solo argentino. E é em posse de nossos hermanos que está também o ponto de maior volume d'água: a Garganta do Diabo.

Não importa. Além da vista privilegiada, é no verde-amarelo Parque Nacional do Iguaçu que o visitante vive mais aventuras. Em cerca de uma hora e meia é possível fazer o trajeto pela passarela e observar o incrível visual rumo ao mirante. No ano passado, cerca de 1,5 milhão de visitantes passaram pela reserva.

Quem não ficar satisfeito com a visual exuberante - e os respingos de água que molham os trajes dos turistas desavisados - pode ainda fazer um passeio cheio de ação: o Macuco Safári. Primeiro é necessário atravessar parte da mata em uma espécie de jipe para grupos. Depois, basta caminhar um pouco até as margens do Rio Iguaçu. É ali que os visitantes são finalmente convidados a entrar em um bote inflável motorizado para chegar bem perto das impressionantes quedas. Passeio indicado para quem curte fortes emoções e não se incomoda de encharcar as vestes.

Quem ainda tem fôlego para mais pode se aventurar pelos 55 metros de rapel do Cânion Iguaçu, no Campo de Desafios, que também oferece descida de rafting pelas corredeiras do Rio Iguaçu, arvorismo e escalada em paredões de até 30 metros de altura.

Se o dia estiver bonito, com céu aberto e ensolarado, a dica é fazer um passeio de helicóptero para ter melhor noção da grandiosidade dos saltos. Há duas possibilidades: um passeio mais rápido pelo parque ou o mais extenso, que inclui sobrevoo de 35 minutos pela hidrelétrica de Itaipu, pela cidade de Foz e pelas cataratas propriamente ditas.

LADO ARGENTINO

O passeio em solo argentino, pelo Parque Nacional Iguazú, é mais voltado para a contemplação da natureza. Há várias trilhas pela mata, no entorno das cataratas argentinas, e duas longas passarelas que devem ser percorridas por quem quer ver a beleza natural mais de perto. A inferior leva cerca de uma hora para ser vencida. Ao final dela é possível fazer um breve passeio de trem que leva os turistas até a passarela da Garganta do Diabo, onde se observa o ponto de maior vazão hídrica.

Mas também há opções para quem gosta de aventura. Se este é o seu caso, aproveite o Jungle Explorer - bem parecido com o Macuco brasileiro - e reserve antecipadamente uma visita noturna à Garganta do Diabo.

A travessia de barco para Ilha San Martin é outra boa opção de lazer, além de proporcionar a melhor vista das quedas argentinas. É importante que o turista não esqueça de carregar consigo o RG, já que, para ver as cataratas do lado argentino, é preciso apresentar o documento ou o passaporte na fronteira.

A repórter Raquel de Medeiros viajou a convite da Itaipu Binacional