Economia Titulo Imóveis
Filas marcam 1º dia do Feirão da Caixa
Marília Montich
Vanessa Soares
19/05/2012 | 10:45
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Tiago Silva/DGABC


O sonho da casa própria pode estar mais perto de se tornar realidade para muitos paulistanos. Isso porque começou ontem o 8º Feirão da Caixa, no Centro de Exposições Imigrantes. O evento segue até amanhã. Filas marcaram a estreia desta edição. Cerca de 15 mil pessoas passaram pelo local. Foram 2.054 negócios encaminhados e R$ 263 milhões contabilizados.

Moradores da região ou interessados em morar aqui têm à disposição 11.960 imóveis, divididos entre 1.960 novos e 10 mil usados, que variam entre R$ 113 mil e R$ 462 mil. Com a queda da taxa de juros, o cliente pode conseguir redução de até 21% do total financiado, segundo o gerente regional de construção civil da Caixa, Rafael Toneli Arcanjo.

No feirão, além de escolher o imóvel mais adequado às necessidades da família, o interessado pode ainda decidir a forma de pagamento que mais combina com o seu bolso. Estarão disponíveis todas as opções do SFH (Sistema Financeiro de Habitação). As modalidades mais procuradas são financiamento e o consórcio.

No caso do financiamento, instituições financeiras fornecem crédito para que a compra seja efetuada. Segundo o professor de Economia da USCS (Universidade de São Caetano) Radamés Barone, esta é uma das melhores formas de aquisição, tendo em vista o atual cenário econômico do País. "É alternativa muito boa, já que as taxas de juros estão baixas e os prazos caindo." Ele destaca ainda a segurança dos financiamentos. "Essa modalidade traz menos riscos, já que há uma financeira por trás do processo de venda", diz.

O consórcio é outra opção. Nele, o interessado faz parte de um grupo com o objetivo de formar ‘poupança' destinada à compra. A vantagem é que o custo é bem mais barato, já que não há juros. A desvantagem é que o comprador não dispõe do imóvel na hora, como ocorre no financiamento. "Não é boa opção para quem quer se mudar depressa."

O leilão também é alternativa. Os visitantes do feirão, no entanto, não poderão utilizar esse recurso. Normalmente, essa modalidade é mais voltada para quem deseja investir.

De acordo com o diretor da CFI Consultoria, Marcelo Donizete, por conta da queda da taxa de juros, tem havido migração de outras aplicações, como da Bolsa de Valores, para esse ramo. "Esse movimento ocorre porque o lucro é maior do que em outros investimentos. No leilão de imóveis, a pessoa pode ter ganho de 30% ao ano, o que ela não conseguiria em outras áreas do mercado financeiro", explica.

É importante lembrar que quem participa de leilões deve prestar muita atenção para não fazer mau arremate. "O comprador deve verificar sempre o processo que deu origem ao leilão, observar se há débitos sobre o imóvel e se certificar de que não existem outras penhoras", alerta Donizete.

A atenção, aliás, deve estar presente na hora de qualquer compra, independentemente da forma de pagamento. "Antes de fechar negócio é importante checar a documentação, se a incorporadora e a construtora são confiáveis, o estágio da obra, tratar com bancos que tenham suporte de análise e, acima de tudo, nunca aceitar os chamados contratos de gaveta", aconselha Barone.

Saiba como valorizar a sua compra

Na hora de comprar a casa própria, seja na planta, em construção ou mesmo pronta para morar, é importante levar em consideração vários fatores que podem valorizar o bem adquirido no futuro. Um deles é a questão da acessibilidade. "É preciso verificar se a localização oferece facilidade de locomoção, como linhas de ônibus, trólebus e trem, pois imóveis com essas características tendem a ter valorização maior", explica o diretor do Sindicato dos Corretores de Imóveis do ABC e Região e Delegado do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) São Bernardo, Éderson Marin.

Residências próximas a padarias, açougues, supermercados, bancos e lojas também valem mais pela comodidade que oferecem. "Muitas vezes o imóvel é muito bom, porém é longe dos comércios. Em contrapartida, há unidades ruins perto de tudo e isso é um ponto positivo a se considerar", explica Marin.

Além disso, o custo do metro quadrado muda de uma cidade para outra. Em São Paulo, ele gira em torno de R$ 4.000. Na região, o preço é inferior. São Caetano é a cidade mais cara do Grande ABC, com o metro quadrado de imóveis novos saindo, estima Marin, por R$ 3.800, seguida por São Bernardo - R$ 3.000. Já Diadema e Mauá possuem o valor mais baixo - R$ 2.100. Em imóveis usados, os preços são em média 20% menores, mas a avaliação depende de seu estado de conservação. Apesar da diferença de preço com relação à Capital, o metro quadrado na região vem sofrendo valorização há pelo menos oito anos. Isso é resultado da procura maior. "O poder aquisitivo das famílias aumentou e muitas passaram do aluguel para a compra. Essa demanda eleva os preços."




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