Os servidores públicos de Mauá lotaram a Câmara, na sessão da tarde desta terça-feira, e fizeram apitaço em protesto à ausência de reajuste salarial. Os manifestantes conseguiram algo difícil: levaram todos os vereadores para falar com o prefeito Oswaldo Dias (PT).

O chefe do Executivo não estava no gabinete e eles foram atendidos pela secretária de assuntos jurídicos, Ana Paula Ribeiro Barbosa.

O funcionalismo pede aumento de 5,8% - inflação do último período -, além de alteração no vale-compra de R$ 74 para R$ 200, revisão do Estatuto do Magistério e implantação de plano de carreira. O governo ofereceu 1% de reajuste.

Duas questões pairam sobre a reivindicação da categoria. A primeira é jurídica. A administração entende que não pode majorar salário e dar benefícios para os servidores por estar em período eleitoral. A lei diz que somente seis meses antes do pleito - portanto, até dia 6 de abril, prazo que já expirou - seria possível o reajuste. Mas os trabalhadores argumentam que a regra vale para os últimos 12 meses, sem atingir a legislação eleitoral. O impasse deve ser resolvido até sexta-feira, quando devem se reunir advogados da Prefeitura e do Sindicato dos Servidores.

Outra celeuma é financeira. Mesmo se a questão jurídica for ponto pacífico, a gestão petista diz não ter dinheiro para atender às reivindicações. E aí o funcionalismo promete série de protestos para desgastar o governo Oswaldo Dias.