Política Titulo Desconfiança
Vaiado, Wagner Rubinelli se diz paz e amor

Ex-deputado federal enfrenta o receio da militância do PT de Mauá

Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
01/05/2012 | 07:47
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"Não tem o Lulinha paz e amor? Agora tem o Rubinelli paz e amor." A comparação com a fase que ajudou Luiz Inácio Lula da Silva a chegar à Presidência da República é desmedida, mas ainda assim serve como tentativa de o ex-deputado federal Wagner Rubinelli (PT-Mauá) combater o receio de petistas sobre o seu retorno ao partido - embora tenha sido concretizado há dois anos, ainda deixa a militância ressabiada.

Prova de que o advogado passa longe de ser unanimidade foi dada durante o encontro de delegados do PT mauaense, semana passada. Ao ser citado pelo prefeito Oswaldo Dias (PT) como pré-candidato a vereador, Rubinelli foi vaiado por aqueles que se consideram traídos pelo ex-parlamentar, que deixou o PT em 2005, com o mandato em Brasília em curso, alegando divergências internas - na época o partido sofria com o escândalo do Mensalão.

"Achei natural (as vaias) porque tinha cabos eleitorais de outros pré-candidatos. Mas não quero estender. Deixa pra lá", minimiza, ao considerar que "muitos falam sem conhecer a história", em alusão aos três mandatos de vereador pelo PT, no qual ingressou em 1989.

"Entrei quando o PT era minoria no Brasil. E naquela época todo mundo era vaiado porque havia correntes radicais com mais força. Estar com o partido agora é fácil", compara.

Em 2002, Rubinelli atingiu seu ápice eleitoral ao conquistar 81.339 votos para deputado federal. A votação o deixou como suplente, mas ele exerceu mandato integral em Brasília porque dois candidatos eleitos pelo PT paulista foram alçados ao primeiro escalão do governo Lula: José Dirceu (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Previdência) - é o único petista de Mauá a ter ocupado cadeira no Congresso.

Após deixar o PT, não obteve sucesso na política. Em 2006, candidatou-se à reeleição na Câmara dos Deputados pelo PPS, mas, com 17.295 votos, ficou longe de conseguir cadeira. Dois anos depois, nova investida nas urnas, dessa vez para vereador, e outra derrota, ao obter 2.781 sufrágios.

São justamente os fracassos recentes que fazem parte da militância petista acreditar que Rubinelli retornou para usar o partido para conquistar mandato. "Ter deixado o PT foi um grande equívoco. Retorno com humildade, para reconquistar meu espaço."




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