Política Titulo Festa popular
Oposição quer tornar Carnaval obrigatório

Em Mauá, desfile das escolas de samba foi promovido apenas duas vezes nos últimos seis anos

Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
29/04/2012 | 07:20
Compartilhar notícia


Tramita na Câmara de Mauá projeto de lei de autoria do vereador oposicionista Edgard Grecco Filho (PMDB) que tentar garantir a comemoração do Carnaval na cidade anualmente. Nos últimos seis anos, o desfile das escolas de samba foi promovido apenas duas vezes (em 2008 e 2010). A justificativa da Prefeitura para os hiatos sempre foi a falta de verba.

A matéria regulamenta a concessão de subvenções às escolas e deixa a cargo da municipalidade a execução ou contratação da infraestrutura. A peça deverá entrar na pauta no dia 22, mas só será apreciada pelo plenário caso o peemedebista consiga angariar apoios à sua aprovação.

"É um absurdo a cidade não comemorar o Carnaval. Os desfiles já atraíram 150 mil pessoas em um ano. Através do samba, se consegue fazer trabalho de transformação social", defende Edgard.

Ele desconsidera a hipótese de legislar em causa própria, já que a presidente da Uesma (União das Escolas de Samba de Mauá), Sirlene Brito, é sua assessora parlamentar. "Se não fosse do samba, poderiam até questionar, mas nasci no samba. Não é oportunismo político", avalia, lembrando que foi o primeiro comandante da Uesma e presidente da Flor do Morro.

Sirlene, por sua vez, atribui a falta dos desfiles ao fato de estar alinhada com a oposição, minimizando o argumento de falta de verba utilizado pelo Paço, cujas dívidas atingem R$ 1,4 bilhão. "Se você caminha junto (do governo Oswaldo Dias - PT), tem privilégios, caso contrário, está fora."

 

HISTÓRICO

Mauá começou a ficar sem Carnaval em 2007, quando, dois meses antes da data marcada para o desfile, o então secretário de Governo, Chiquinho do Zaíra (ex-PSB, atual PTdoB), cancelou repasse de R$ 1,2 milhão à Uesma, alegando dívidas com fornecedores.

Em 2008, a entidade recebeu subvenção de quase R$ 400 mil para realizar o Carnaval do ano seguinte. Mas, em janeiro de 2009, quando reassumiu o comando do Paço, Oswaldo Dias cancelou o evento, justificando que o governo não conseguiria arcar com despesas de infraestrutura.

Em 2011, a administração petista programou repassar a subvenção para a Uesma a apenas 30 dias do desfile, que foi cancelado em virtude do pouco tempo de preparação. O Carnaval deste ano foi anulado em setembro porque a Prefeitura não conseguiu repassar verba - a Uesma aguardava R$ 450 mil. "Não consigo entender porque este descaso com o Carnaval. Imagino má vontade porque a cidade vive o abandono geral da Cultura", ataca Sirlene.

A Prefeitura não respondeu às críticas da presidente da Uesma nem às perguntas da equipe do Diário sobre as providências tomadas para garantir o desfile das escolas de samba em 2013.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;