Economia Titulo Comércio
Filhos preferem comprar
presente à vista, diz pesquisa

Levantamento revela que potencial de consumo direcionado
ao Dia das Mães atingirá marca de R$ 100 milhões na região

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
24/04/2012 | 07:10
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Reinaldo Nogueira paga as contas da família há quase 15 anos como catador de sucata. E mesmo com a renda apertada, não deixa um Dia das Mães passar sem presentes. O problema é que a família está grande. Se fosse presentear todas as mães, sairia caro. Ele é bisavô. "Meus filhos estão todos casados", argumentou. Mas a sua mulher terá um mimo. Ele pretende comprar um CD, com pagamento à vista.

A intenção de Nogueira é bem parecida com a da maioria da região. Pesquisa do observatório econômico da Universidade Metodista de São Paulo revela que 41% dos consumidores pretendem quitar à vista os presentes para as mães.

Esta opção de pagamento é predominante entre as pessoas inseridas em famílias com renda de até três salários-mínimos, o equivalente a R$ 1.866. Mas o cartão de crédito corre ao lado, citado por 37% dos entrevistados.

DATA - O Dia das Mães acontece no segundo fim de semana de maio, que neste ano cai no dia 13. Esta é a segunda melhor data para o comércio. E, segundo o professor de Economia da Metodista Sandro Maskio, neste ano o potencial de consumo direcionado à data é de cerca de R$ 100 milhões no Grande ABC.

O valor é alto. Suficiente para comprar cerca de 4.000 carros populares zero-quilômetro. Ou 300 imóveis de médio padrão nas cidades da região. Mas o número de pessoas interessadas em comprar presentes para as mães também assusta.

Maskio contabilizou que 550 mil famílias na região têm a intenção de compra de, ao menos, um presente. "Mas não temos dados do ano passado para comparar. Essa é a primeira pesquisa sobre o assunto."

Os consumidores estão dispostos a gastar R$ 118,87, em média, com cada lembrancinha. E a despesa total média, tendo em vista que um mimo pode estar acompanhado de um buquê de flores, por exemplo, atingirá R$ 173,78.

Em média, cada consumidor vai comprar 1,5 presente. E o preferido por 28,2% do grupo entrevistado, são os produtos de vestuário.

Sérgio Chaves Gomes vai comprar uma peça de roupa para a sua mulher. "E gastar até R$ 70, pagando no cartão de crédito", disse. Mas também presenteará sua mãe, com um perfume, item que junto aos cosméticos entra na lista como segunda opção dos consumidores, citados por 13,3% do universo da pesquisa.

PLANOS - "O consumidor procura um produto com um bom preço, mas aliado a uma qualidade satisfatória, junto ao desejo e ao perfil da pessoa que será presenteada", explicou Maskio.

As compras serão realizaras, principalmente, nos shoppings, detentores de 47% das intenções de consumo. Mas o comércio formal da região central fica logo atrás, com 33%. As compras ocorrerão principalmente em Santo André, São Bernardo e Diadema. Maskio argumentou que o resultado reflete a proximidade do transporte público aos estabelecimentos e centros comerciais desses municípios.

Para 28,1% dos entrevistados (maioria), a proximidade ao trabalho ou à residência é fator decisivo para a escolha do local de compra. A Metodista coletou respostas nas sete cidades de forma proporcional ao número de habitantes de cada uma. A margem de erro em relação aos 2,5 milhões de moradores da região é de 4,5%.

 

Quem ganha menos coloca mais do orçamento na compra

A lógica é fato na pesquisa da Universidade Metodista de Ensino. Quanto maior a renda familiar de quem vai comprar o presente, maior é a previsão de despesa com o Dia das Mães.

No entanto, são os menos abastados, que na maioria pagarão à vista, que direcionarão maior parcela de sua renda mensal nos presentes.

Grupo formado por 5% dos entrevistados tem renda de até um salário-mínimo (R$ 622). E pretendem gastar 18,8% da renda mensal, ou R$ 117, com os presentes.

Por outro lado, o grupo mais endinheirado, com renda média acima de 20 salários-mínimos (R$ 12.440), que representou 2% da pesquisa, vai colocar apenas 4,7% do orçamento nas despesas com as mães.

HOMENS - O professor Sandro Maskio destacou que os homens pretendem gastar mais, R$ 206, do que o público feminino, R$ 153, com os presentes. E as mulheres receberão os itens mais caros.




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