Na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que começou segunda-feira e terminou na noite de ontem, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros, a Selic, de 9,75% ao ano para 9% - é o menor nível em dois anos. Os juros mais baixos foram registrados em julho de 2009, quando a taxa passou de 9,25% para 8,75%, patamar mantido até abril de 2010. Os juros só voltaram a cair em agosto do ano passado, quando o corte do BC chegou a 0,5 ponto percentual, na época a taxa caiu de 12,5% ao ano para 12%.

"O novo corte de 0,75 na taxa básica de juros já era esperado pela comunidade financeira e por todo o mercado, de acordo com o que a própria ata da última reunião do Comitê já sinalizava. Ao atingir 9% ao ano, a atual taxa de juros se aproxima do menor índice já definido pelo BC, que foi de 8,75% ao ano", disse, em nota, o presidente do conselho de administração do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo, Keyler Carvalho Rocha.

De acordo com a Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), a redução representa economia de mais de R$ 11 bilhões ao ano, ou quase R$ 1 bilhão por mês, aos cofres públicos. Isso porque, mais de 75% dos R$ 2 trilhões de dívida pública do País estão ligados, de alguma forma, à Selic. Em tese isso significa que a dívida pesará menos e o governo brasileiro poderá investir em diversos setores. Ainda segundo a Fecomercio, o novo corte ajuda a pressionar as instituições financeiras por redução do spread bancário (diferença entre os juros que os bancos pagam para tomar crédito e a taxa que cobra dos cliente).

No ano passado, a projeção de especialistas do mercado financeiro era de que a taxa encerrasse o ano em 9%, mas é provável que haja novos cortes na próxima reunião, o que dependerá dos rumos da economia, principalmente da inflação.