Economia Titulo Plástico
Sacolas deixam de ser distribuídas dia 4
Alexandre Melo
Diário do Grande ABC
01/04/2012 | 07:30
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Tiago Silva/DGABC


Nas últimas semanas o consumo de sacolinhas descartáveis na loja são-bernardense do Supermercado Bem Barato, no Rudge Ramos, caiu para menos da metade. Eram 50 mil distribuídas de segunda a domingo, mas ultimamente o volume caiu para 20 mil. Em toda a região, as embalagens ficam escondidas nos caixas e são entregues uma a uma pelos atendentes.

A partir do dia 4, os estabelecimentos não darão mais os sacos aos clientes, após o período de 60 dias de adaptação acordado entre o Ministério Público, Fundação Procon e Apas (Associação Paulista de Supermercados). Mas o que a equipe do Diário notou ao percorrer lojas em Santo André, São Bernardo e São Caetano é que boa parte das pessoas ainda não leva a sacola retornável para ir às compras.

O gerente Bom Barato, Miguel Borrell Garcia, diz que por enquanto as sacolinhas continuarão a ser entregues aos que não têm outra opção. "Se parar de uma vez vai dar briga. Estamos conscientizando os clientes aos poucos." A área comercial da rede negocia com fornecedores a redução do preço dos sacos de lixo.

Funcionários de grandes redes que pediram para não terem seus nomes revelados comentam que no fim da tarde precisam esconder as caixas de papelão para que os estabelecimentos tenham o suficiente para os clientes no período da noite. "Ainda são poucas as pessoas que trazem carrinho de feira, caixas de plástico dobrável ou a sacola retornável. Tenho medo de que, a partir do dia 4, aconteça confusão", teme uma fiscal de loja.

O acordo gera polêmica, e contraria bastante quem depende do transporte público. A doméstica Isabel Carvalho, 53 anos, saía do mercado em São Caetano com duas sacolas retornáveis compradas por R$ 0,50 cada. "Não concordo com a medida. O preço das sacolinhas está embutido nos preços dos produtos", critica.

Em São Bernardo, a dona de casa Lurdes Prado, 61, concorda em parte com o fim da distribuição das embalagens. Para ela, não é só a sacola que polui. "E as fraldas descartáveis e garrafas PET jogadas no meio ambiente? Nenhuma atitude é tomada em relação ao problema", questiona.

A ajudante Ida Rodrigues, 45 anos, diz que faz pequenas compras toda semana e que será difícil levar as compras para casa nas caixas pegando transporte público.

ESQUECIMENTO

A favor do banimento das sacolas, o autônomo Givaldo Bernardo da Silva, 50, avalia que a iniciativa foi até tardia. " Muitas pessoas vão se considerar penalizadas, mas trazer a sacola de casa é uma questão de hábito. Assim, quem sabe a quantidade de plástico jogado no meio ambiente diminua." Apesar de ter sacos reutilizáveis em casa, Silva os esqueceu antes de ir às compras. O mesmo aconteceu com o operador de loja Edmilson Ferreira da Silva, 25, que trabalha em supermercado. Ele, que saía com uma sacola na mão, justificou que não havia programado a ida à loja. O jovem aprova a medida. A aposentada Lucília Dias de Campos, 72, não sai de casa sem as retornáveis. Se comprar a mais, usa a caixa de papelão.




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