Economia Titulo Incentivo
Varejo pressiona governo
para manter redução do IPI

Empresas pedem imposto menor para linha branca até o fim
do ano; fontes dão como certa a extensão só até 30 de junho

Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
24/03/2012 | 07:38
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Com as vendas de geladeira, fogão e máquina de lavar crescendo 22% durante o período de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) menor, as varejistas pressionam o governo para que o benefício seja prorrogado até o fim do ano. Fontes dão como certa a extensão somente até 30 de junho, mas o Ministério da Fazenda não sinaliza a mesma decisão e mantém para o dia 31 o término da isenção do IPI.

Para o presidente do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo), Fernando de Castro, é fundamental que o governo mantenha essa desoneração por mais seis ou 12 meses. A entidade destaca que a alta nas vendas dos itens de linha branca impulsionou outras categorias de produtos, como os eletroeletrônicos, cujas vendas cresceram em média 12%.

No fim de janeiro, o IDV enviou ao ministro Guido Mantega pedido de prorrogação, mas como não houve manifestação do governo, foi solicitada audiência com o responsável pela Pasta. Segundo Castro, se o incentivo for negado, o crescimento do varejo desaceleraria de 6,5% em março para 6,2% em abril.

Essa é a mesma expectativa das indústrias, representadas pela Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos). A entidade afirma que em razão dos resultados positivos alcançados, se empenha junto ao governo para que a redução seja prorrogada. A medida é alternativa para driblar crise e aquecer o consumo.

DESEMPENHO - Na Coop (Cooperativa de Consumo), a redução das alíquotas para fogão (zero), geladeira (5%), lavadora (10%) e tanquinho (zero) levou os consumidores às lojas, impulsionando as vendas em 50% nos primeiros três meses do ano em relação a 2011.

“A prorrogação do IPI menor seria positiva. Com preços melhores, o consumidor está ousando até sofisticar sua compra, adquirindo, por exemplo, itens da linha inox”, analisa o gerente de compras Bazar e Eletro da Coop, Edson Rodrigues. As lavadoras tiveram melhor desempenho, com alta de 53% nas vendas.

As lojas do Extra contabilizam vendas 60% maiores nos dois primeiros meses do ano. A demanda maior é por refrigeradores inox e lavadoras de roupas acima de dez quilos.

PACOTE - Além da manutenção da alíquota menor para a linha branca, as varejistas tentam dobrar o governo para estender o benefício aos segmentos de móveis, material para construção e artigos eletrônicos. Medida semelhante, que aconteceu em 2009, é bem-vista pelos moveleiros do Grande ABC.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis de São Bernardo e Região, Hermes Fonsini, afirma que a decisão implicaria em custos menores à cadeia, e, consequentemente, ao cliente. “As vendas neste ano estão 15% menores do que em 2011.” O sócio da L’art Móveis, Mario Strufaldi, acrescenta que o benefício deveria abranger matérias-primas como espumas e tecidos para estofados. Sua fábrica produz 200 peças mensais desses produtos. Para Sergio Todesco, sócio da loja A.Todesco, os benefícios precisam ainda contemplar os móveis de linha média, feitos com madeira de lei e compensado, não somente os populares.

 




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