Desde novembro, o operador de empilhadeiras Eraldo Rodrigues da Silva, 36 anos, morador de Mauá, aguarda por cirurgia no Hospital Estadual Serraria, em Diadema. Ele espera para retirar um nervo da face.

De acordo com o paciente, em consulta realizada em 1º de novembro, o médico do hospital constatou a necessidade da cirurgia, mas teria avisado que o usuário precisaria aguardar até que o hospital contratasse neurocirurgiões. A direção do hospital contestou a denúncia e informou que atualmente há 16 médicos dessa especialidade disponíveis, em esquema de plantão e todos os dias da semana.

Porém, a equipe do Diário ligou duas vezes para o hospital, ontem à tarde, e atendentes confirmaram que no mínimo há um mês não há cirurgiões dessa especialidade em atividade. Sem sucesso, o paciente tem ligado em busca de novidades desde o ano passado. "Informam que vários pacientes também estão aguardando e que só quando o hospital contratar o especialista é que irão começar a ligar para todos da lista. Isso acontece desde dezembro", comenta.

Em setembro, Silva passou por consulta na UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Feital, em Mauá, após o desconforto na cabeça ter aumentado. Na ocasião, a especialista forneceu documento com o pedido de cirurgia de emergência, que foi encaminhado ao Hospital Serraria junto com o prontuário do paciente.

A Secretaria Estadual da Saúde, porém, informou que ainda não foi confirmado se o caso é para cirurgia ou não. Depois que o Diário entrou em contato com a Pasta, ontem à tarde, Silva foi contatado por funcionários do hospital e outra consulta foi marcada para o dia 29. O paciente espera que a confusão seja desfeita rapidamente.

"Se eu soubesse, teria tirado uma cópia desse documento para provar que já foi constatada a necessidade da cirurgia. Está com eles e estão me enrolando. Agora fico nesse sofrimento. Parei de trabalhar, já me disseram que o caso é grave, vivo à base de medicações e sinto muita dor. Não sei mais o que fazer", desabafa.

Pacientes que precisam realizar exame de tomografia no Hospital Serraria atualmente são remanejados para outros centros médicos da região. O tomógrafo da unidade está temporariamente inativo, "devido a desgaste natural de uma das peças", segundo a Secretaria Estadual da Saúde. A direção do hospital informou que a substituição da peça com defeito já foi providenciada e que a situação deve se normalizar em até duas semanas.