Setecidades Titulo Acidentes
Sobe 33% número
de atropelamentos

Segundo especialista na área de trânsito, aumento está
relacionado à falta de fiscalização nas ruas da região

Cadu Proieti
Fábio Munhoz
20/03/2012 | 07:10
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Os casos de atropelamento no Grande ABC subiram 33,2% na comparação entre os anos de 2010 e 2011, segundo o 8º Grupamento do Corpo de Bombeiros, responsável pela região. Em 2010, foram 1.199 casos, contra 1.598 no ano passado. A corporação não soube informar o número de vítimas fatais. No mesmo período, a frota no Grande ABC cresceu apenas 7,3%. (veja quadro comparativo ao lado)

Para o engenheiro Horácio Figueira, especializado na área de trânsito, o aumento no número de atropelamentos se deve à falta de fiscalização nas ruas. "As ações na mídia sobre prevenção de acidentes são importantes, mas é necessário ir a campo", avalia.

Figueira critica, por exemplo, a redução no número de agentes nas vias durante as madrugadas e fins de semana. "No trânsito, os operadores têm grande e equivocado viés, que é o de reduzir as equipes nas ruas após os horários de pico. Pode ter mais atropelamentos na madrugada ou nas primeiras horas da manhã. É preciso acabar com essa hipocrisia", critica.

A equipe do Diário percorreu alguns locais de grande movimento da região apontados pelas prefeituras como ruas e avenidas de maior perigo e constatou várias situações de predestres e motoristas infringindo as leis de trânsito. As principais ações de risco são atravessar fora da faixa ou com o semáforo fechado para pedestres.

Na Avenida Dom Pedro II, em Santo André, onde o tráfeco de veículos é intenso, os pedestres passam por perigo mesmo utilizando a faixa. Para atravessar em segurança é necessário esperar cerca de três minutos e meio. Porém, alguns deixam de lado a paciência e correm para realizar a travessia, mesmo com automóveis passando em alta velocidade. O mesmo acontece em Diadema, nas proximidades dos terminais de ônibus, e São Caetano, em trechos da Avenida Goiás.

Em frente ao Paço Municipal de São Bernardo existe passarela e agente de trânsito. Mesmo assim, os pedestres optam por se arriscar entre os carros. "Não uso (passarela) por causa da pressa, mas sempre procuro ficar bem atenta e olhar para todos os lados", disse Néia Nunes, 58 anos. Alguns moradores reclamam da falta de segurança e medo de assalto nas passarelas.

As prefeituras de Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema informaram que realizam ações com o objetivo de orientar e conscientizar pedestres e motoristas para diminuir os casos de atropelamentos. O programa Travessia Segura, do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, também foi apontado como ação preventiva pelos municípios (veja mais na página 3). As administrações de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra foram questionadas sobre medidas para evitar esse tipo de acidente, mas até o fechamento desta edição não responderam sobre o assunto.




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