Economia Titulo Veículos
Indústria automotiva tem
ritmo lento no início do ano

Segundo dados da Anfavea, produção de carros é 19,5%
menor no 1º bimestre, mas montadoras seguem otimistas

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
07/03/2012 | 07:02
Compartilhar notícia


A indústria automobilística nacional iniciou o ano em marcha lenta, ao registrar retração de 19,5% na produção de veículos e queda de 0,2% no volume comercializado no primeiro bimestre frente ao mesmo período de 2011, de acordo com dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Apesar dos resultados fracos, o presidente da associação, Cledorvino Belini, mantém discurso otimista, de que será possível atingir a meta de crescimento de 4% a 5% nas vendas de carros novos e alta de 2% na fabricação em 2012.

Para o dirigente, os ajustes de estoques do setor ajudam a explicar o ritmo menor de produção neste ano. Além disso, ele cita que as medidas do governo federal para estimular as compras a prazo, como as reduções das taxas de juros básicos - iniciadas no segundo semestre de 2011 - só agora devem começar a surtir efeito. Com isso, a demanda deve acelerar nos próximos meses, prevê Belini.

Os dados de fevereiro já mostram melhora, segundo a Anfavea. Embora, em números totais, o comercializado no mês (249,5 mil unidades de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) tenha tido retração de 7% frente a janeiro, há crescimento de 7,7% pela média diária (ou seja, dividindo o volume total pelos dias úteis). Isso porque o mês passado teve três dias úteis a menos.

REGIME

Belini avalia ainda que o programa de regime automotivo do governo federal - que elevou o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em 30 pontos percentuais para carros que tiverem menos de 65% de peças produzidas no Brasil ou no Mercosul - deve gerar impacto favorável em breve para as montadoras com fábricas no País.

A perspectiva do presidente da Anfavea é de que caia a participação dos carros importados no mercado nacional. Hoje representam 24% do total comercializado no mercado interno.

Os veículos trazidos do Exterior ainda são o que impulsionam para cima as vendas do setor. Enquanto estes tiveram alta de 8% no volume comercializado no primeiro bimestre, os nacionais contabilizam queda de 2,7% no número de emplacamentos frente a igual período de 2011.

COTAS

A Anfavea defende a adoção de cotas para limitar a entrada de carros do México no Brasil, como parte da reformulação do acordo bilateral automotivo, em negociação entre os governos dos dois países.

Atualmente, veículos trazidos de lá têm tarifa zero de importação quando ingressam no mercado nacional. A isenção também é dada às exportações automotivas brasileiras para esse mercado, mas, por causa do câmbio desvantajoso (o real valorizado), as importações de autos mexicanos cresceram de forma expressiva. Só em 2011, o deficit comercial com o país, nesse setor, foi de US$ 1,7 bilhão.

O México também é beneficiado por não ter de seguir a regra do regime automotivo que elevou o IPI para carros que tivessem menos de 65% de peças fabricadas no Brasil.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;