Economia Titulo Finanças
Empresários têm
larga oferta de crédito

No Grande ABC, as companhias dispõem de até cinco fontes;
especialista orienta que empréstimo deve ser feito com cautela

Soraia Abreu Pedroso
Do Diário do Grande ABC
05/03/2012 | 07:41
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A oferta de fontes de crédito ao empresário da região é cada vez maior. As companhias podem usar, atualmente, cinco diferentes canais e, para saber qual a melhor para seu porte e condições financeiras, elas podem obter orientação gratuita na Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC.

Estão à disposição dos empreendedores: BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Agência de Fomento Paulista, Banco do Povo Paulista, Banco do Povo Crédito Solidário e os bancos comerciais.

Se o empreendedor é formalizado, pode solicitar análise de crédito em qualquer um dos canais. Se for empreendedor individual, pode buscar em um dos bancos do povo e nas instituições de varejo. Se for informal, pode recorrer a um dos bancos do povo.

O único que aceita oferecer o empréstimo com restrição cadastral é o Banco do Povo Crédito Solidário, por meio de sua modalidade de crédito coletivo, em que pelo menos a metade dos participantes não pode ter o nome sujo. Alguns bancos varejistas também oferecem, por meio do caixa eletrônico, financiamento para quem está devendo, porém, os juros são altos.

Outro ponto importante é o objetivo do empréstimo. Se for para cobrir cheque especial, só nos bancos comerciais. Se for para investir, ampliar produção, comprar máquinas, capital de giro ou desconto de duplicatas, as demais fontes atendem.

PLANEJAMENTO - A concorrência entre os canais e a redução da taxa básica Selic (hoje em 10,5%) faz com que os juros fiquem mais vantajosos, por isso especialistas orientam que o empréstimo seja feito com planejamento, para primeiro verificar a real necessidade dele e, caso isso se comprove, para ter tempo de pesquisar todas as ofertas e barganhar melhores condições.

Na avaliação do consultor do escritório regional do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado de São Paulo) Rodrigo Ferreira, antes de partir para o financiamento é preciso fazer uma análise. “É necessário rever algumas práticas para verificar se o aumento das vendas ou a redução de gastos podem ajudar. Às vezes mudanças simples têm grandes impactos. Por exemplo, mudar a vitrine ou adotar canal de vendas virtual.”

O diretor de economia da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Andrew Storfer, compartilha da opinião e reforça que é fundamental que haja planejamento. “O empreendedor geralmente só percebe que está faltando dinheiro quando algum cliente deixa de pagá-lo. Então ele sai desesperado e acaba tomando crédito com juros altos”, analisa.

Para Storfer, o que também leva o empresário a recorrer ao crédito não é a falta de clientes, mas o excesso. “As empresas começam a crescer e não conseguem administrar essa expansão. Pelo fato de pagar o fornecedor antes de receber dos clientes, é gerada necessidade de capital de giro.”

Outro deslize cometido é confundir as finanças da empresa com as suas próprias. “O pequeno empresário faz muito isso. Por exemplo, se tem dinheiro no caixa, como reserva, ele utiliza parte disso para sair, comprar uma TV para sua casa ou comprar um carro, com a desculpa que é para usar na empresa. Isso, além de provocar necessidade de empréstimo, fatalmente leva à mortalidade de muitos deles”, aponta o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Valter Moura.

AUXÍLIO - Por motivos como esses se faz necessária orientação aos empreendedores que, caso estejam com dificuldades, podem pedir auxílio ao escritório regional do Sebrae (4990-1911).

Por outro lado, se o problema em questão é qual o melhor tipo de financiamento para o seu negócio, basta marcar horário na Agência (4433-7352).

Empreendedor esbarra em exigências pedidas como garantia

As dificuldades para o empreendedor conseguir crédito começam quando ele tem de comprovar seu faturamento (principalmente no caso dos informais), para verificar se podem emprestar a quantia requerida, e ele não consegue fazê-lo.

Outro ponto são as garantias pedidas, normalmente imóveis em nome da empresa ou do proprietário, duplicatas ou títulos a receber. A presença de avalista, que funciona como fiador (não pode ter nome sujo e, caso o contratante não pague, a dívida será cobrada dele), também é solicitada em alguns casos.

Essas são as principais queixas de empresários, porém, é fato que, quanto mais se oferecer provas de que tem como arcar com o financiamento, melhores são as condições de pagamento e de taxas de juros.

Para o presidente da Agência, outro fator que dificulta a tomada de crédito é a ausência de informação. “Muitos deles, por falta de conhecimento, vão diretamente ao banco antes de pesquisar outras fontes.”

A Agência, assim como entidades representativas de classe, fazem a interface dos empréstimos entre companhia e Agência de Fomento Paulista. Ela faz também o meio de campo para financiamentos do BNDES. Se os empréstimos desejados forem superiores a R$ 10 milhões, podem ser negociados direto com o banco público. Caso contrário, é preciso um agente financeiro.

No caso do Banco do Povo Paulista, só não há unidade em Diadema. O Crédito Solidário não atua em São Caetano e Rio Grande da Serra.

 




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