Setecidades Titulo Trânsito
Região desconhece Travessia Segura
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
27/02/2012 | 10:07
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Após dois meses do início da fase de conscientização da campanha Travessia Segura no Grande ABC, a população da região ainda desconhece as leis do Código de Trânsito Brasileiro que regem a relação entre pedestres e motoristas. Nas ruas, ainda são raros os exemplos de condutores que respeitam a faixa, bem como de pedestres que cruzam a via no local adequado. A previsão inicial das prefeituras é de que as multas aos infratores comecem a ser aplicadas no dia 21.

A equipe do Diário percorreu diversas ruas da região e constatou que as faixas de pedestres ainda são ignoradas pelos motoristas. Quem está a pé também comete falhas ao se arriscar em meio aos veículos e em locais proibidos.

Apesar da proximidade com a data para o início das autuações, as ações da campanha, organizada pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, continuam a ser executadas de forma tímida. Grande parte dos condutores e pedestres desconhece o projeto e diz não saber que as irregularidades irão pesar no bolso. A única cidade onde a reportagem viu ações educativas foi em São Caetano, onde equipe de palhaços dava as orientações no cruzamento entre as ruas Visconde de Inhaúma e Manoel Augusto Ferreirinha, no bairro Nova Gerty.

Ao contrário do que diz a lei, o taxista Sebastião Marcili, 66 anos, avalia que, mesmo na faixa, a prioridade é do automóvel. "O povo tem que ver que o carro já está andando, então tem que continuar. Quando estou a pé, dou total prioridade aos carros", defende.

Já o motorista Jacinto Alves de Souza, 50, reconhece o direito do pedestre, mas avalia que é "quase impossível" parar em todas as faixas. "É complicado, pois o motorista de trás pode estar distraído e, assim, vai bater na minha traseira." Na opinião dele, o desrespeito à travessia se deve a falhas na divulgação do programa.

O também motorista Fábio de Andrade, 48, é outro que diz desconhecer a campanha. "Não sabia que iriam começar a multar em março. Acho muito cedo. Deveriam conscientizar melhor a população antes", comenta.

Mesmo entre pedestres, a Travessia Segura ainda é pouco notada. "Ninguém respeita quem está a pé. Principalmente quando é um idoso atravessando", comenta a aposentada Terezinha Figueiredo, 83.

"O desrespeito não é só de quem passa direto, mas também dos que estacionam em cima da faixa ou próximo dela. Isso obstrui a visão e temos de ir até o meio da rua para ver se está vindo carro", relata a aposentada Alice Galdino Galo, 63.

Consórcio admite rever prazo para multas

O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC deve adiar o início da aplicação de multas aos motoristas que desrespeitarem as faixas de pedestres. Inicialmente, a previsão da entidade era de que as autuações tivessem início no dia 21 de março, três meses após o começo da fase de orientação da campanha Travessia Segura. Nos primeiros 45 dias, o foco era a conscientização de motoristas. Na etapa seguinte, as campanhas educativas foram estendidas aos pedestres.

"Quero ter clareza e segurança com os demais municípios sobre os trabalhos de orientação realizados", afirma a coordenadora do Grupo de Trabalho de Mobilidade do Consórcio Andrea Brisida. A equipe se reunirá amanhã e a decisão será apresentada aos prefeitos em assembleia que será realizada no dia 5 na sede da entidade.

Apesar de o projeto ser organizado pelo Consórcio, as ações devem ser executadas individualmente por cada município. As prefeituras informam que estão praticando ações de educação a condutores e pedestres por meio de panfletos e anúncios em outdoors e na parte traseira dos ônibus.

Outro investimento citado é o de melhoria na pintura e sinalização dos pontos de travessia. As prefeituras de Mauá e Rio Grande da Serra não informaram de que forma realizam a campanha.




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