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Torneira seca ainda é realidade em Mauá
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
19/02/2012 | 12:25
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Marina Brandão/DGABC


O Carnaval para os moradores e comerciantes do Jardim Primavera, em Mauá, começou de torneira seca. O problema também ocorre em alguns pontos do Parque das Américas e dos Jardins Cruzeiro, Miranda e Zaíra, bairros da parte alta da cidade. Técnicos do Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) confirmaram a falta de água.

No caso específico do Jardim Primavera, segundo os moradores entrevistados pela equipe do Diário ontem, a falta de água ocorre há 14 dias, antes mesmo de a adutora que abastece os reservatórios Zaíra e Magini romper - incidente que deixou 320 mil pessoas desabastecidas desde o dia 7 .

Aliás, a intermitência de água no bairro é problema crônico. No mínimo, há cerca de 30 anos. "A água só chega nas casas em torno da meia-noite. Às 8h, termina. Nos últimos 13 dias (14), sumiu praticamente das torneiras", afirmou Antonia Cristina Missio Moura, 42 anos, que tem mãe doente e avó de 92 anos em residência da Rua das Tulipas.

Com o forte calor e a caixa de água vazia, a auxiliar administrativa Iara Maria dos Santos, 37, moradora na mesma rua, tem recorrido diariamente à casa da irmã, em Ribeirão Pires, para tomar banho.

Na Rua das Margaridas, a cabeleireira Maria Salete de Oliveira Santos, 45, lamenta que, até agora, não ganhou o presente solicitado no último Natal ao Papai Noel, conforme criativa faixa pendurada na fachada de sua casa: "...Há mais de 30 anos falta água na minha rua. E todo período de votação aparecem vários políticos que nada fazem. Só pensam em votos e dinheiro ao invés de cumprir o dever".

As mesmas histórias e problemas se repetiram nas ruas das Rosas e dos Lírios. E todos os moradores reclamaram da falta de caminhões-pipa. A maioria disse ter ligado ontem para o telefone de atendimento do Sama, mas sem sucesso.

O último caminhão-pipa foi enviado no domingo. A reclamação geral é que o abastecimento não se dá por mangueiras para encher as caixas. "Não posso carregar peso e tenho de recorrer à ajuda dos vizinhos", disse Severina Maria de Souza Silva, 47, que passou por cirurgia no coração.

O Sama informou que os caminhões-pipas abastecem apenas recipientes. E que, quando é comunicada a falta de água, os "veículos são enviados". O Diário constatou que havia três caminhões-pipas ontem à tarde na garagem. Um funcionário do Sama confirmou que eles são usados apenas para abastecimento das unidades de Saúde. A falta de água foi justificada pela falta de pressão.

 




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