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Fãs de Eloá agradecem Justiça feita

Túmulo da adolescente recebe homenagens um dia após condenação de Lindemberg

Elaine Granconato
do Diário do Grande ABC
18/02/2012 | 07:36
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Um dia depois da condenação de Lindemberg Alves Fernandes, 25 anos, oLiso do Jardim Santo André que chocou o Brasil em outubro de 2008, amigos e anônimos expressaram o sentimento de justiça por Eloá Cristina Pimentel, a adolescente de 15 anos e sorriso fácil que o ex-namorado matou com dois tiros. Ontem, no Memorial Jardim Santo André, três mensagens manuscritas foram deixadas na lápide da adolescente que sonhava ser veterinária.

"Descanse em paz, Eloá. A justiça está feita", assinou Grazi, provavelmente uma das amigas que passaram pelo setor 1, quadra B, número 520, onde a adolescente foi enterrada, entre as cerca de 10 mil lápides espalhadas lado a lado.

Encarregado do campo e funcionário do memorial, João Lopes Ribeiro, 52 anos, disse que uma amiga de Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá, esteve logo nas primeiras horas da manhã ali. "Era uma adolescente", afirmou.

E o outro funcionário do memorial Adelson Batista de Lima, 48, morador no Jardim Maracanã, bairro vizinho ao que Eloá viveu até os 15 anos, reforçou: "Duas colegas da escola dela também vieram aqui, por volta das 10h30".

A equipe do Diário encontrou três cartas no local. Uma delas era de Paloma, que dizia não conhecer Eloá. No entanto, naquele pedaço de papel especial fez questão de contar para a "amiga", um "babado": o Lindemberg pegou 98 anos e dez meses de prisão, o que considerou pouco.

Outra, mais longa e sem assinatura, protegida por plástico e segura por duas pedrinhas, relatava que a espera foi de três anos... "Infelizmente, você não vai voltar. Mas o Liso também não ficará impune", traz parte do texto. Refere-se a Ana Cristina como "mulher guerreira". E despede-se com a mensagem que o sorriso da adolescente nunca se apagará. "Voa anjo Eloá. Justiça feita. Descanse".

Não só mensagens foram registradas. O investigador Reginaldo Medina dos Santos, 30, da Vila Guarani, fez questão de passar ontem pela lápide. "Graças a Deus, a Justiça foi feita. O Brasil mostrou que tem lei", afirmou.

Ao seu lado, a namorada Marisa Rodrigues da Silva, 26, lia uma das cartas com a chegada do Diário. "O amor não mata", apontou Santos, ao ressaltar que conheceu a história de Eloá e Lindemberg pela televisão, durante os cinco dias que o condenado manteve a ex-namorada em cárcere privado.

Além das cartas, o pequeno espaço traz quadro com o símbolo do São Paulo, time que Eloá torcia, outro com a pomba da paz e a frase "Saudade não significa que estamos longe, mas sim que um dia estivemos juntos."

Jd. Sto.André está feliz com decisão de júri

Após a sentença da juíza Milena Dias, condenando Lindemberg Alves a cumprir 98 anos e dez meses de reclusão, o clima no Jardim Santo André,bairro onde moravam Eloá Pimentel e Lindemberg Alves, era de felicidade ontem. "Com certeza teremos mais tranquilidade, porque a justiça foi feita. Iremos tirar um nó da garganta, que tínhamos há muito tempo", disse a dona de casa Iraci Leite Souza, 52 anos, que mora no mesmo prédio onde Eloá foi mantida em confinamento e assassinada.

O anúncio da pena foi acompanhado atentamente pelos moradores do bairro. "Ficamos aqui na expectativa e acompanhamos o julgamento pela TV. O Lindemberg era um rapaz que ninguém ouvia falar que estava envolvido com coisa errada. Porém, tirou a vida de alguém e tem de pagar por isso", disse a manicure Nazaré da Silva, 35, que trabalha ao lado do prédio onde os crimes aconteceram.

A família de Eloá não quis atender à imprensa e foi almoçar reunida, fora de casa. No apartamento onde Lindemberg morava não foi encontrado nenhum familiar. "Nunca foi uma pessoa que dava problema, mas depois do que fez perdeu a credibilidade que tinha", disse o motorista Edson Lopes, 40, vizinho de prédio.

Na Escola Estadual José Carlos Antunes, na Vila Luzita, onde Eloá estudava, o clima também era de alívio. "Achei mais que justa a pena. Estudei com ela na mesma turma. Era uma menina alegre, bem comunicativa, com várias amizades na escola. Quem conhecia a Eloá não imaginava que aconteceria uma tragédia dessas", afirmou Bruno Mendes, 22 anos, que estava em frente ao colégio.




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