Política Titulo TROCA DE FARPAS
Falta d'água em Mauá gera conflito entre parlamentares

Fugindo da pauta, Manoel Lopes critica irmão e é repreendido por governistas

Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
11/02/2012 | 07:07
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A falta d'água que afeta 320 mil pessoas em Mauá gerou as discussões mais ásperas na sessão extraordinária da Câmara realizada ontem para aprovar a criação de 215 cargos efetivos na Secretaria de Educação, além de regulamentar a contratação de professores substitutos.

Mesmo não estando na pauta, o caso rendeu, inclusive, críticas de Manoel Lopes (DEM) a seu irmão, o superintendente da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), Diniz Lopes (PR), que dirige a autarquia responsável por tentar consertar adutora rompida quarta-feira (leia mais na página 5 do caderno Setecidades).

Integrante da oposição ao governo Oswaldo Dias (PT), do qual Diniz é aliado, Manoel classificou como "ridícula" a ação da Sama de garantir o abastecimento somente a hospitais e escolas. "Que se faça contrato emergencial que atenda toda a população. Não dá para pedir ajuda a outras prefeituras?", questionou o democrata, que logo foi repreendido pelo presidente da Casa, Rogério Santana (PT). "Atenha-se à pauta", bradou o petista.

Sem se dar por vencido, Manoel voltou à tribuna para argumentar sobre a relevância do assunto, considerado por ele como de calamidade pública, o que justificaria a fala em sessão extraordinária. E foi interpelado de novo, desta vez por Luiz Alfredo Simão (PSB). "O prefeito decretou estado de calamidade? Não estou sabendo", ironizou o socialista. "Então tem de morrer todo mundo para depois decretar?", retrucou Manoel.

O democrata fez referência às enchentes e deslizamentos de terra ocorridos na cidade em janeiro de 2011, que deixaram seis mortos no Jardim Zaíra. "Não teve decreto", lembrou, para ganhar o apoio de Ivan Gomes, o Batoré (PP). "Não somos imbecis de não saber o que é uma situação calamitosa. E essa é."

Rogério defendeu Diniz. "Acidente técnico pode ocorrer a qualquer momento. Não vamos discutir isso. Não podemos fazer política por baixo, na desgraça."

CARGOS

Sem discussão, a Câmara aprovou, por unanimidade, a criação de 215 cargos efetivos (mediante aprovação em concurso público) na Educação. Destes, 75 são referentes ao ensino inclusivo de crianças especiais e, o restante, de auxiliar de desenvolvimento infantil, que atuam no apoio a professores em creches.

A Prefeitura informou que as vagas foram abertas com as construções de três escolas de Ensino Infantil (nos Jardins Zaíra e Olinda, e na Vila Assis - juntas atenderão 2.000 crianças), previstas para serem entregues até o fim do semestre, e para corrigir defasagem no quadro de profissionais da Educação. O impacto previsto na folha de pagamento da Pasta é de aproximadamente R$ 5 milhões ao ano. Ainda não há data para a realização do concurso público.




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