Economia Titulo Recuperação
Exportações da
região crescem 25%

No ano passado, total de itens vendidos ao Exterior
somou US$ 7,6 bilhões, ante US$ 6,1 bilhões em 2010

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
30/01/2012 | 09:44
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As exportações do Grande ABC iniciaram processo de recuperação pós-crise internacional no ano passado. Foram comercializados ao Exterior US$ 7,6 bilhões em produtos fabricados na região. O montante é 25% maior do que o total de 2010, quando foram vendidos US$ 6,1 bilhões. Com esse resultado, o comércio exterior recupera - e supera, em 10%, - patamar de 2008, quando as exportações somaram US$ 6,9 bilhões.
Os dados foram levantados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O saldo da balança comercial (exportações menos importações) ficou em US$ 1,4 bilhão. O resultado é 64,6% maior do que o obtido em 2010, quando essa diferença ficou em US$ 891 milhões. Comparado a 2008, no entanto, o total ainda está 26,3% aquém, quando o saldo foi de US$ 1,9 bilhão.

Isso sinaliza o crescimento das importações, que reduz o saldo. No ano passado, a entrada de itens do Exterior no País somou US$ 6,1 bilhões, 18,2% a mais que em 2010, quando esse total somou US$ 4,9 bilhões.

O aumento da entrada de produtos importados é reflexo do dólar baixo, que na maior parte do ano passado ficou na casa do R$ 1,60. Somente nos últimos meses o câmbio subiu para R$ 1,80. Ao mesmo tempo, esse também é um dos principais entraves para o aumento do crescimento das exportações, pois com o real valorizado, nossas mercadorias ficam mais caras lá fora.

Na análise do diretor do Departamento de Indicadores Sociais e Econômicos da Prefeitura de Santo André, Dalmir Ribeiro, embora 2010 tenha sido ano excelente para a recuperação econômica, para as exportações não foi tão bom assim. "Foi no ano passado que retomamos o ritmo das exportações. Estamos sendo beneficiados pelo câmbio, que aumenta a rentabilidade das vendas ao Exterior. Os setores de máquinas e equipamentos, produtos de metal, pneus, itens de plástico e chassis de automóveis são exemplos."

Santo André foi o município do Grande ABC que apresentou maior crescimento nas exportações (40,4%, para US$ 940,1 milhões), mas também foi o que teve maior alta nas importações (52%, para US$ 1,023 bilhão). O resultado, foi um saldo negativo de US$ 83 milhões. Segundo Ribeiro, para dar conta da produção, foi necessário importar matéria-prima, como borracha natural e partes e acessórios de carrocerias. Os produtos mais vendidos a outros países foram pneus de ônibus, caminhões e carros, polietileno, tubos, chapas e ligas de cobre.

São Bernardo foi a cidade que registrou o maior saldo comercial, de US$ 1,3 bilhão. As exportações cresceram 25%, para US$ 4,9 bilhões, e as importações, 21%, para US$ 3,6 bilhões. Dentre os principais itens vendidos ao Exterior estão chassis para veículos, tratores e automóveis.

Os destinos dos produtos regionais estão, majoritariamente, na América, por isso ainda não foram tão afetados. Os países de maior desembarque são Argentina, Estados Unidos e México.

Redução dos juros pode ajudar vendas

Com a redução da taxa básica de juros, a Selic, para 10,5% ao ano no dia 18 de janeiro, a expectativa é que o cenário fique mais favorável às empresas. Os juros estão em trajetória de queda desde agosto, quando a taxa caiu de 12,5% para 12% ao ano e seguiu reduzindo. Os economistas estão estimando que ela chegue em 9,5% ao ano até dezembro.

A notícia é muito positiva porque favorece a tomada de crédito, que fica mais barato e, com isso, as empresas podem retomar planos de investimento. A perspectiva do MDIC é de que pelo menos um terço dos investimentos anunciados para este ano (US$ 55 bilhões) vão para a indústria. "O investimento será a mola propulsora do crescimento em 2012, e não o consumo", diz Dalmir Ribeiro, diretor do Departamento de Indicadores Sociais e Econômicos da Prefeitura de Santo André.

Com a redução da Selic, o País fica menos atrativo ao capital especulativo vindo do Exterior. Entrando menor quantidade de dólares, o real se valoriza, o que dificulta a entrada de importados.




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