Agremiação de São Bernardo desvenda os bastidores da maior festa folclórica da Amazônia
Como é feita a festa do Boi-Bumbá, um dos maiores festivais folclóricos da Amazônia? Para responder a essa pergunta, a União das Vilas, escola de São Bernardo, desvendará os bastidores da magia de Parantins e as razões que levam apaixonados pelos bois Caprichoso e Garantido a lotar o Bumbódromo, com capacidade para 35 mil pessoas, montado em plena selva.
A escola, que ficou com o vice-campeonato no ano passado, teve ajuda de um artesão vindo diretamente de Parintins. "Ele nos deu informações importantes sobre como funciona a festa, o que permitiu visão mais ampla sobre o tema", destaca a secretária geral da agremiação, Elisabeti Sousa Lima, 48 anos.
No enredo Eu garanto! Aqui é no Capricho! a ideia é apresentar os elementos de disputa entre Garantido e Caprichoso e render homenagem ao folclore brasileiro. Neste ano, a dica é prestar atenção às alegorias, quesito que deixou a União das Vilas com o segundo lugar no Carnaval de 2011.
"Sempre nos esforçamos para apresentar o melhor, mas agora estamos caprichando ao máximo", avisa Elisabeti. A escola conta com 380 componentes, oito alas e três carros alegóricos.
Com o atraso de quase dois meses no repasse da subvenção municipal (R$ 45 mil) pela Prefeitura, a saída encontrada para deixar tudo pronto até o dia do desfile foi investir em reciclagem de peças antigas, além de promover bingos, rifas e arrecadar doações entre a comunidade.
"Há muito tempo essa verba não é suficiente para manter o padrão de excelência exigido pelo Carnaval de São Bernardo. Posso dizer que os gastos chegam a ficar 50% maiores do que a verba municipal. Mas, felizmente, conseguimos fazer fundo de caixa para começar os trabalhos neste ano e está tudo caminhando bem", diz a secretária geral.
Após 15 anos, mestre-sala se prepara para aposentadoria
Há 15 anos cuidando do estandarte da União das Vilas, escola cujo presidente é o pai e na qual cresceu, o encarregado de transporte Daniel Paiva, 31 anos, se prepara para se ‘aposentar' do posto de primeiro mestre-sala. Em dois anos ele passará a responsabilidade para outro jovem e segura a emoção na hora de falar sobre a função.
"Minha mãe que descobriu meu talento para mestre-sala, quando eu tinha 16 anos. Antes desfilava no chão, tocava na bateria. Mas desde então sou o responsável por levar o pavilhão da escola para a avenida", diz, orgulhoso. O amor pelo Carnaval está no sangue. Mãe, pai, irmãos, todos cresceram no barracão da escola e esperam ansiosos pela Folia. "Só de ver as cores da escola meus olhos brilham. Estar no desfile é como defender minha própria família", define.
NOVA GERAÇÃO
Os filhos de Daniel, Guilherme, 7, e Nicole, 14, também participam da festa. O pequeno sonha em seguir os passos do pai e se tornar mestre-sala quando crescer. Os primeiros passos estão sendo ensaiados, mas há muito caminho pela frente para percorrer. Neste ano, porém, a alegria chegará em dobro. A terceira filha, Manuela, deve nascer nos dias do Carnaval. "No ano que vem ela estará também na avenida", derrete-se.
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