Política Titulo No palanque
Vanessa Damo e Donisete
constrangem governador

Deputados discutiram durante inauguração de AME em Mauá;
confusão começou após comentário sobre atraso da entrega

Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
22/12/2011 | 07:08
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A entrega do Ambulatório Médico de Especialidades ontem em Mauá foi marcada por discurso polêmico da deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), pré-candidata a prefeita. Em sua fala, a peemedebista responsabilizou a administração Oswaldo Dias (PT) pela demora de três anos na inauguração do espaço. Como consequência, foi vaiada e teve de enfrentar, no palanque, a ira de seu colega na Assembleia Donisete Braga (PT). O governador Geraldo Alckmin (PSDB) não conseguiu disfarçar o constrangimento.

"Não será vaia nem coação que irão me calar", disse Vanessa. Em meio à manifestação contrária, encabeçada por funcionários da Prefeitura, a parlamentar foi chamada de "mentirosa". "Tenho documentos que provam a demora do governo municipal", retrucou.

Enquanto a deputada era vaiada, Donisete Braga colocava mais lenha na fogueira ao tentar interromper, à força, a fala da colega contra o PT. Não conseguiu graças à intervenção de Orlando Morando (PSDB-São Bernardo), outro representante do Grande ABC na Assembleia, que o segurou. "Você é desleal", proferiu o petista, tendo como público secretários de Estado e o governador.

Olhando para o horizonte, Alckmin tentou se manter alheio à confusão. Em sua fala, foi aplaudido ao elogiar Mauá e dizer que pretende alugar uma casa na cidade. Após, em entrevista, classificou o ato como normal, tendo em vista a proximidade da eleição municipal em 2012. "Isso é de Alcântara Machado: tenho a paixão da gleba circunscrita", parafraseou o tucano, ao considerar a disputa pelo território. "Política municipal sempre tem uma dose a mais de emoção."

Vanessa foi a penúltima a falar (após Oswaldo e antes de Alckmin), o que caracterizou quebra de protocolo por parte do cerimonial do governo do Estado, o que ajudou a aflorar os nervos petistas, já que não havia mais nenhum integrante do partido relacionado para falar. "Ela e o cerimonial foram infelizes", criticou o prefeito.

"Todos fizeram falas democráticas, exaltando a parceria entre os governos estadual e municipal. Mas ela conseguiu, num momento festivo, fazer um discurso eleitoral e constranger o governador. Foi inaceitável", bradou Donisete. Sobre sua reação, vista por alguns como exagerada, disse que se manifestou "como tinha de se manifestar".

A peemedebista, por sua vez, declarou que os petistas se incomodaram por ela dizer "a verdade". "Não fui eleita para ficar calada. Enquanto me vaiam, a população me aplaude", externou, sem mostrar arrependimento. "O PT fala tanto em liberdade de expressão mas quando é para ouvir algumas verdades há este ato de coação e intimidação."

Orlando Morando pontuou a "falta de bom-senso" de Vanessa e dos opoiadores de Oswaldo. "Estavam estragando o evento. Não podemos antecipar o calendário eleitoral."




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