Política Titulo Recapeamento
Oswaldo minimiza atuação de grupo

Prefeito de Mauá diz não ter como fiscalizar quem a Petrobras contrata

Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
16/12/2011 | 07:47
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O prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), minimiza a atuação da Scamatti & Seller na execução do recapeamento de 60 quilômetros de ruas e avenidas da cidade. Conforme publicou o Diário na segunda-feira, a empresa pertence ao mesmo grupo que administra a Demop Participações, companhia investigada pelo Ministério Público por suposto envolvimento no caso de venda de emendas na Assembleia Legislativa - o episódio foi denunciado pelo deputado Roque Barbiere (PTB) em agosto.

A firma presta serviço em Mauá por ter sido subcontratada pela Petrobras Distribuidora, vencedora da licitação aberta pela Prefeitura. "Não tenho como fiscalizar quem a BR contrata. E não há verba de emenda na obra. Então, onde está o problema?", questionou-se o prefeito. O recapeamento custa R$ 22 milhões, verba oriunda do Orçamento municipal.

Vereadores, inclusive governistas, no entanto, têm inflamado os discursos contra a falta de informações disponibilizadas pelo governo sobre a obra, o que indicaria a cobertura de possíveis irregularidades. Nos locais de recapeamento não constam, por exemplo, placas com o valor do contrato e o nome da empresa que venceu a concorrência, exigências da Lei de Licitações.

ALOJAMENTO
Além das suspeitas sobre o recapeamento, funcionários da Scamatti & Seller estão alojados na antiga sede da Guarda Civil Municipal, na Avenida Washington Luís. O prédio, abandonado desde fevereiro, foi interditado parcialmente pela Defesa Civil pelo risco de ser atingido por deslizamento de terra.

"Onde eles estão não há risco. Esta possibilidade existe do outro lado, na cabeceira do morro, que está interditada", garante Oswaldo Dias, amparado em laudo da Defesa Civil.

O prefeito assegura que há convênio firmado autorizando os servidores a se instalarem no prédio. O acordo, porém, não está disponível no Portal da Transparência. Em nota, a Prefeitura informou ser positiva a ocupação do espaço, já que "evita desgaste e depredação do patrimônio público", mas não respondeu se há contrato que autorize o alojamento.

CRÍTICA
Durante a sessão da Câmara de terça-feira, o vereador governista Alberto Betão Pereira Justino (PTdoB), ao suspeitar do recapeamento, se referiu de forma peculiar a assessores do governo.

"Tem pessoas da Prefeitura que ficam acompanhando a sessão pela internet para ver quem critica a administração e mandar recadinho para cá. Esse é o paga pau", definiu. "E o paga pau não tem de ligar aqui não. Tem é de colocar a placa e mostrar transparência na obra. Porque isso aí está cheio de maracutaia sim. Está cheio de bicho cabeludo sim."




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