Em evento para a adesão do PDT e do PSL de Mauá ao Programa Cidades Sustentáveis (cujo objetivo é oferecer ferramentas para que os municípios se desenvolvam de forma econômica, social e ambientalmente sustentáveis) roubou a cena o presidente pedetista municipal, Cláudio Donizete. Sem se inibir com a presença do prefeito, Oswaldo Dias (PT), ele cobrou, com o microfone em punho, que o diretório petista abra a chapa para a tentativa de reeleição do chefe do Executivo para o seu partido.

 "Falei com o Paulinho da Força (deputado federal e presidente estadual do PDT) e ele acha que temos de começar a abrir o debate sobre a composição. E, tendo em vista a força do partido, vamos pleitear. Vou organizar isso a partir de hoje (ontem)", disse. "Acho que o PT tem de oxigenar a chapa, até porque nenhuma outra que se desenha (para a eleição de 2012) é pura. Então, se quer ganhar, tem de abrir", cobrou depois, em entrevista ao Diário.

O pedido é mais um contratempo às projeções de Oswaldo para o ano que vem. Há menos de um mês, o prefeito se posicionou contra princípio de movimentação interna, liderada pelo deputado estadual Donisete Braga (PT), que tentava emplacar alguém de seu grupo ao posto hoje ocupado pelo vice-prefeito e secretário de Saúde, Paulo Eugenio Pereira Júnior.

Apesar da saia justa, Oswaldo se comportou como à ocasião do conflito partidário, e descartou alteração na caminhada eleitoral com Paulo Eugenio. "Aqui as discussões cabem ao PDT e eu não vou me pronunciar sobre o que cabe ao PDT. Abrir a chapa não está colocado, mas podem discutir, não tem problema", rebateu o petista, sem disfarçar o incômodo. "Vim aqui, de forma gentil, participar de um debate sobre sustentabilidade, e não para discutir esta proposta."

O PDT se aliou ao PT no início do governo, em 2009. Nos últimos meses, a legenda sofreu transformação com a migração do grupo político de cerca de 3.000 pessoas do vereador Cincinato Freire, que deixou o PSDC. O potencial de voto do parlamentar é o trunfo para que a aliança se reflita na chapa. Ele, no entanto, evitou polêmica. "O assunto aqui é sustentabilidade."

APOIO

O pleito do PDT tem o apoio do PSL. As siglas têm acordo para aliança na chapa proporcional, e a indicação do vice conferiria mais visibilidade aos pré-candidatos à vereança de ambas agremiações.

 "Não podemos ter medo de crescer. Pleitear não custa nada e vou falar com o Paulinho sobre isso. Sou contra chapa pura. Uma parceria não pode ser de mão única", externou o presidente estadual do PSL, Roberto Siqueira.