Economia Titulo Crise
Consumidor evita
dívidas para 2012

Consumidores brasileiros sentem efeitos da crise externa;
houve queda na produção industrial e freio nas compras

Leone Farias
Pedro Souza
08/12/2011 | 07:15
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A crise na Europa começa a deixar o consumidor mais cauteloso e, em vez de ir às compras neste fim de ano, a população tem dado preferência a guardar o dinheiro para não se endividar em 2012, aponta pesquisa da Universidade Metodista de São Paulo.

Há motivos para a cautela, indicam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgados ontem, que mostram que o Estado de São Paulo registrou em outubro, pelo segundo mês seguido, retração na atividade industrial, queda que surpreendeu os especialistas.

O economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, Rogério de Souza, diz que se esperava resultado positivo ou estável. Ele acrescenta que medidas do governo federal, como a que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados para a linha branca e a que diminuiu o Imposto sobre Operações Financeiras, para elevar o consumo, são pontuais e, por enquanto, insuficientes, em meio à crise europeia que se avizinha.

Além dos números do IBGE, outro levantamento, da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores mostra ainda o descompasso entre produção e vendas no mercado interno. O motivo: o volume de importações, que cresce em ritmo forte - a comercialização de carros importados cresceu 32% de janeiro a novembro frente ao mesmo período de 2010 -, apesar da ligeira valorização do real frente ao dólar no mês passado.

EXPECTATIVA- Apesar de a indústria ter números fracos, o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, se mostra confiante em relação à reativação da demanda, por causa de movimentos de redução dos juros básicos, pelo Banco Central a partir do segundo semestre e diminuição de exigências de depósito compulsório para os bancos. Para ele, o crescimento de 14,6% nas vendas de carros novos em novembro frente a outubro já é reflexo disso.

Dentro do setor, há ainda a expectativa de que, na próxima semana, saia novo pacote para o setor automotivo, que pode diminuir o IPI para os fabricantes nacionais, além de elevar o tributo para os importados. O dirigente diz desconhecer qualquer detalhe em relação a isso. "Nosso tema é a competitividade", referindo-se a estudo apresentado há alguns meses ao governo que mostra que o carro brasileiro tem custo 60% maior que o chinês.

IMPORTAÇÃO - Além disso, a partir do dia 16 passa a valer o decreto que eleva o imposto para os carros fabricados fora do País e também para os que não têm 65% de conteúdo local (peças fabricadas no Brasil ou no Mercosul). A medida pode ajudar o setor, mas não vai resolver, salienta Souza. "O governo erra ao vincular o Brasil Maior o plano de política industrial) a medidas para apagar incêndio (de curto prazo)."




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