O anúncio da tentativa de consolidação de terceira via com chances de evitar a polarização entre o prefeito Oswaldo Dias (PT) e a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB) na eleição ao Paço de Mauá em 2012 agradou quem ainda está à margem do processo. Os vereadores Atila Jacomussi (PPS) e Edimar da Reciclagem (PSDB) sinalizam que têm boas chances de atender ao chamado de Chiquinho do Zaíra (PTdoB), Paulo Bio (PV) e Irmão Ozelito (PTdoB), e se unirem ao projeto proposto pelo trio.

O formação do eventual quinteto, segundo Chiquinho, é garantia de vitória no pleito. Empolgado, Atila acompanha o raciocínio. "É importante esta articulação para quebrar com a utopia familiar Dias/Damo, que leva a cidade para a escuridão. Mauá não aguenta mais. Chega de D", pede. "Vamos conversar com os três. Espero que este projeto se fortaleça sem vaidades."

No entanto, indica que só aceitará compor o grupo se estiver na chapa. "Não quero dizer se serei o candidato a prefeito ou não. A decisão tem de ser coletiva, mas que respeite o momento. E o meu momento é muito bom", diz o vereador mais votado da história de Mauá (recebeu 8.432 votos em 2008), ao assegurar que possui pesquisa que o aponta como terceiro colocado na corrida, atrás de Oswaldo e Vanessa.

Edimar também se mostrou balançado com o chamamento feito por Chiquinho, Ozelito e Bio, publicado ontem pelo Diário. "O PSDB tem plano de candidatura própria, mas isso não quer dizer que não vamos conversar". A exemplo de Atila, o tucano também tenta valorizar o eventual apoio. "No momento, a condição para seguir com eles é encabeçar chapa. Amanhã, pode ser que não."

O argumento que defende a candidatura do PSDB para ser colocado à mesa com os idealizadores da frente já está na ponta da língua. "A população sabe que quem não tem vínculo com o Oswaldo e a Vanessa é o PSDB. Então, se há discurso de renovação, tem de ser encabeçado por nós" - o partido apoiou o petista no segundo turno de 2008, mas atualmente faz oposição.

Se a formação do quinteto minguar, há possibilidade da formação de aliança entre a dupla. Atila e Edimar se reúnem hoje à tarde para discutir as duas hipóteses.

NOTA

Após as declarações de Edimar, o PSDB de Mauá divulgou nota em que se coloca como única alternativa "às desgastadas e caóticas administrações das famílias Dias e Damo".

O documento, assinado pelo presidente, Márcio Canuto, pelo também pré-candidato Mateus Prado e pelo próprio vereador combate a simples apresentação de via contrária às famílias Dias e Damo. "Mauá precisa ter como condutor programa de governo que tenha, entre suas linhas de ação, o combate à corrupção, a construção de uma cidade sustentável, a melhoria dos serviços públicos, a priorização das políticas sociais, o combate ao patrimonialismo, à austeridade, à regularização fundiária, entre outros."