Política Titulo Investigação
Polícia aperta cerco contra
fraudes na dívida de Mauá

Inquérito busca provas materiais sobre a autoria das fraudes
na dívida ativa, que, em 2008, causaram dano de R$ 755 mil

Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
27/10/2011 | 07:27
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A Polícia Civil apertará o cerco contra as fraudes na dívida ativa de Mauá, que, somente em 2008 - último ano da gestão Leonel Damo (ex-PV, atual PMDB), causaram dano de R$ 755 mil aos cofres municipais - somadas desapropriações ilegais, o rombo na administração passada atinge R$ 1,9 milhão. Após depoimentos vazios coletados nesta semana, o delegado que preside o inquérito, Alberto José Mesquita Alves, estabeleceu nova linha de investigação: buscar provas materiais sobre a autoria dos crimes.

Conforme o antecipado pelo Diário na segunda-feira, o ex-chefe da dívida ativa Alcibíades Baesa Júnior, em novo relato na delegacia, ratificou as declarações concedidas à equipe do Diário e publicadas no dia 16. Na ocasião, o advogado revelou esquema de cobrança de propina para os cancelamentos de débitos de contribuintes e afirmou que a corrupção está enraizada em Mauá desde 2003, o que atinge, além de Damo, a segunda e a atual gestões do prefeito, Oswaldo Dias (PT), e o governo interino de Diniz Lopes (PR), em 2005.

Quem também não apresentou novidades sobre o caso foi o homem indicado pelos irmãos Harue e Akira Yamamoto (donos de terreno de 80 mil metros quadrados no bairro Sertãozinho) como sendo o intermediário do recolhimento de dinheiro que teria sido entregue para abater dívida de IPTU do imóvel.

Em depoimento à polícia em setembro, a dupla se disse vítima de golpe, e identificou o impostor como sendo funcionário da Prefeitura, o que foi descartado por Mesquita Alves. "Ele disse que conhece os irmãos, mas que não sabe por que foi envolvido no caso. Isso não descarta que ele possa ter se passado por funcionário", ressaltou.

Pela ausência de versões que indiquem a autoria das fraudes, o delegado dará o "novo direcionamento" ao inquérito. A operação em busca da coleta de provas materiais não foi explicitada, mas incluiria, além de varredura no sistema de dívida ativa do Paço, pedidos de quebras de sigilos bancários e telefônicos de envolvidos.

CAUTELA - Ao revelar ao Diário esquema corrupto para o cancelamento de débitos inscritos na dívida ativa de Mauá, Alcibíades ressaltou que não citaria nomes de suspeitos por operar as fraudes. Em 2007, foi ameaçado de morte após relançar no sistema débitos cancelados irregularmente. Na polícia, a postura não mudou.

"Ratifiquei tudo o que disse e apresentei documentos. Mas não tenho prova da autoria. Não vou acusar levianamente para tomar processo nas costas", justificou o ex-chefe do setor, a quem não foi oferecida inclusão no Programa de Proteção às Testemunhas.




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