Política Titulo Acusações à chefe
Servidores da Cultura são informados de exonerações

Caio Evangelista e Márcio de Souza se dizem vítimas de assédio moral exercido pela secretária de Cultura de Mauá

Mark Ribeiro
do Diário do Grande ABC
26/10/2011 | 07:12
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No dia seguinte às acusações de assédio moral feitas à secretária de Cultura, Esportes e Lazer de Mauá, Eliana Henrique da Silva (PT), Caio Evangelista e Márcio Pereira de Souza (coordenador e assessor da Pasta, respectivamente) foram comunicados, informalmente, de suas exonerações. Em reportagem publicada pelo Diário ontem, ambos afirmam que foram vítimas de xingamentos homofóbicos proferidos pela chefe.

Se dizendo constrangidos com as supostas ofensas, Evangelista e Márcio novamente não compareceram ao trabalho ontem. Mas receberam telefonemas de funcionários da Secretaria de Cultura informando sobre suas exonerações, que deverão ser publicadas pelo prefeito, Oswaldo Dias (PT), até sexta-feira.

"A Eliana convocou reunião com os funcionários. Pelo clima hostil, de ataques, não fomos. Amigos nos informaram que no encontro ela comunicou nossas demissões", relatou Evangelista, que acumula a função de diretor do Teatro Municipal. A secretária, mais uma vez, não se pronunciou sobre o caso. A Prefeitura não confirmou as exonerações, mas fontes ligadas ao Executivo garantiram que as solicitações já foram encaminhadas a Oswaldo.

Paralelamente, os dois servidores comissionados foram registrar boletim de ocorrência, mas foram orientados a voltarem à delegacia de Mauá com testemunhas. "Temos duas pessoas dispostas a testemunhar. De qualquer maneira, há precedentes (de discriminação) comprovados por documentos enviados à direção do PT", revelou Evangelista. "O PT fala tanto em abraçar os excluídos... eu nunca fui discriminado na escola, na família ou em qualquer outro ambiente, a não ser na secretaria."

As exonerações de Evangelista e Márcio são tidas como questão de tempo desde o fim de setembro, quando deixaram o PT para ingressarem no PPS para apoiar a pré-candidatura a prefeito do vereador oposicionista Atila Jacomussi (PPS). Com a manobra, eles romperam com o grupo do presidente da Câmara, Rogério Santana (PT), marido de Eliana e detentor do comando político da Pasta.

Repercussão - Assim como Eliana, Rogério Santana novamente não quis comentar as acusações de Evangelista e Márcio. Durante a sessão de ontem, porém, o presidente da Câmara e sua mulher receberam a "solidariedade" dos vereadores. "Conheço a Eliana e sei que, nem em momento de raiva, proferiria palavras de baixo calão", defendeu Silvar Silva Silveira (PV).

Os denunciantes declararam que Eliana teria se referido a eles como "bichinhas, meninas, moças e esquisitos", e que a secretária teria afirmado que explorará "teatro família, e não de bichas loucas".




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