Em tempos em que o mercado editorial inunda prateleiras com manuais, listas e mais listas de algo a se fazer antes de algo e das melhores coisas de todos os tempos, um livro intitulado Cinquenta Bolsas que Mudaram o Mundo (Autêntica Editora, 112 páginas, R$ 34) poderia soar demais. Poderia, não fosse a obra parte de uma das famosas compilações feitas pelo Design Museum de Londres, referência quando se trata de desenho industrial, arquitetura e artes gráficas contemporâneas.

A publicação é obrigatória na biblioteca de qualquer fashionista. Estão listadas, com fotos, descrição, curiosidades e contextualização, simplesmente todos os itens que, passados até mesmo 50 anos de lançamento, figuram entre os objetos de desejo dos que colecionam referências de estilo. Principalmente se encarnadas em mulheres que ditam moda (as it girls de hoje).

Como ícone-maior do século 20, claro, está a Hermès devidamente rebatizada em homenagem a Grace Kelly. Símbolo de beleza nos anos 1950, a atriz norte-americana (e, depois, mulher do príncipe de Mônaco), era flagrada sempre com o seu modelo e transformou o item em febre. Hoje, a Kelly é produzida em oito tamanhos e 20 materiais diferentes.

Nos anos 1980, a marca emprestou o sobrenome de Jane Birkin, atriz que também foi sinônimo de elegância, e fez surgir outra coqueluche. Nos anos 2000, coube à Mulberry se inspirar em uma bela mulher para produzir uma nova paixão com alças: a partir do hype da modelo e apresentadora britânica Alexa Chung, nasceu Alexa, que ‘rejuvenesceu' a marca.

Quem não se importa nem um pouco com moda não deve se entediar com a edição. Em ordem cronológica, são relacionadas mochilas dos soldados norte-americanos, as (hoje) odiosas sacolas plásticas - e a precursora das ecobags: a I'm Not a Plastic Bag, feita por Anya Hindmarch em 2007. Lancheiras de metal, pastas, alforjes (para carregar objetos em cavalos e, mais tarde, em bicicletas) e até as improvisadas caixas com alça para carregar máscaras de gás, objeto imprescindível durante a Segunda Guerra Mundial.