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Onde o mundo vai parar?
Marcela Munhoz
Do Diário do Grande ABC
09/10/2011 | 07:00
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Sabe quando dá preguiça de arrumar o quarto e daí roupas, material escolar e lixo vão se acumulando? Chega uma hora em que é impossível andar por ali. O cheiro de chulé fica insuportável e não há mais roupa limpa no guarda-roupa. É assim que a Terra está: entupida e com os recursos naturais acabando. Há coisas espalhadas por todos os lados e, a cada dia, mais e mais são descartadas na natureza (são 30 bilhões de toneladas de resíduos sólidos por ano no mundo).

No caso do quarto bagunçado, a mãe pode mandar arrumar. E quem cuida do planeta? Cada um é (ou deveria) ser responsável por aquilo que produz e consome. "Ser consumidor consciente significa avaliar o impacto de cada produto na natureza, como foi produzido e como será descartado", explica Lívia Barbosa, autora do livro Sociedade de Consumo,apontando que também deve ser levado em conta a preocupação da empresa com o planeta e a sociedade. "Já parou para pensar se o fabricante usa trabalho infantil ou escravo? E a quantidade absurda de embalagens usada em cada produto?"

Na opinião de Teodora Tavares, advogada especialista em destinação adequada de resíduo sólido, é preciso enxergar além do simples produto na vitrine. "Falar em sustentabilidade é algo extremamente complexo. Tem a ver com mudanças de comportamento. Todos somos responsáveis por isso."

Gabriel Martinez, 16 anos, de Santo André, tem noção de que pode ajudar a melhorar o planeta e as futuras gerações que vão morar nele. Além de evitar comprar coisas desnecessárias, faz questão de colaborar na hora de reciclar o lixo.

Para ele - que quer cursar Ciências Biológicas - deveria ser rotina de todos, como escovar os dentes. "Precisamos pensar em como vamos viver. Se cada um fizer a sua parte, vai melhorar muito", diz Gabriel, que acha absurdo quem troca eletrônicos a cada mês. "Ninguém sabe descartar isso depois."

 

Comprar, comprar, comprar - Mais do que pensar em como cada produto foi feito e deve ser descartado, se controlar na hora de comprar está diretamente ligado ao futuro do planeta. E brasileiro é extremamente consumista: pesquisa revela que a galera de 15 a 22 anos pensa mais em comprar do que o norte-americano, movimentando R$ 30 bilhões por ano.

Isso não quer dizer que precisa parar de comprar, mas se o desejo exagerado de consumo diminuir, a situação já melhora. Será que é preciso trocar de celular a cada semestre? O antigo ainda não funciona? "O modelo da sociedade capitalista é assim, mas isso não quer dizer que cada um não pode fazer a diferença e rever conceitos", afirma Ana Maria Wilheim, diretora executiva do Instituto Akatu.

No Brasil, só de lixo eletrônico - celular, computador, aparelho de som portátil, eletrodoméstico - são geradas 380 mil toneladas por ano. Calcula-se que sejam 3,5 kg por pessoa. "Esse material é altamente poluente e difícil de ser reciclado", alerta Teodora Tavares.




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