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Colega de classe de Davi diz a
delegada que viu arma na mochila
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
04/10/2011 | 07:30
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Um dos colegas de classe de Davi Mota Nogueira, 10 anos, disse ter visto a arma na mochila do estudante antes da tragédia ocorrida dia 22 na Escola Municipal de Ensino Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano. Davi entrou armado na escola, feriu a professora e se matou.

A informação foi passada ontem por M.V.S, 10, durante depoimento na Unidade de Saúde da Criança e Adolescente, no Centro, onde a delegada Lucy Mastellini Fernandes e uma psicóloga ouviram quatro crianças. A professora Rosileide Queiros Oliveira, 38, ferida pelo menino com um tiro, também foi ouvida em local sigiloso, mas a delegada irá se manifestar sobre o conteúdo do depoimento apenas hoje.

Para Lucy, o caso está longe de ser compreendido. Os depoimentos não revelaram o que teria motivado Davi a atirar contra a professora. "Acho que ele levou com ele o segredo", disse. A delegada pretende ouvir mais quatro estudantes no decorrer da semana.

Quanto às informações passadas pelos estudantes, Lucy faz ressalvas. "Tem que tomar cuidado, às vezes o que a criança fala aqui não é o que ela diz para os outros. Ela pode sofrer influência e mudar os fatos", explicou Lucy, se referindo ao depoimento de M.V.S.

Para o pai, o vigilante Marcos Gutemberg 38, o garoto disse ter visto o cabo da arma dentro da mochila de Davi, que teria planos de matar a professora e depois tirar a própria vida. "No intervalo ele falou para a irmã mais velha que Davi tinha uma arma e que atiraria na professora. Porém, ela não acreditou", explicou o vigilante.

A família do vigilante conhecia Davi desde os 2 anos, quando ele estudava com seu filho em outra escola. "Era uma criança normal. É difícil imaginar o que passou na cabeça dele naquele dia", comentou.

Porém, durante conversa com a delegada, M.V.S. teria omitido parte da história. Ele confirmou ter visto a arma, mas não falou qual era a intenção do colega. Também disse que contou para a irmã no intervalo, que não acreditou. "Ele contou que Davi tinha seis balas no revólver e seguiu em direção à professora. Ele chegou a dizer para Davi não fazer", disse Lucy.

Os depoimentos levaram menos de uma hora cada. Outro aluno ouvido foi G.J.G, 10, que pediu para retornar à escola no dia da tragédia e conversou com a psicóloga. Ele disse que o que aconteceu teria sido uma brincadeira que não deu certo. "Ele ficou chocado com o que aconteceu e queria conversar com alguém. Davi não falou nada para o meu filho", disse a mãe, a vendedora Gisele Cristina Jorge da Silva, 30,

A mãe de B.C., 10 anos, a enfermeira Simoni Correia, 42, disse que no dia a filha saiu correndo para pedir ajuda. "Como sentava na frente foi chamar alguém. Quando voltou, disse que ouviu o segundo disparo." A última a ser ouvida foi uma menina, mas ela saiu com a família, que não quis falar.

Quanto ao comportamento da professora com os alunos, a delegada disse que "ela era considerada chata, no sentido de ser exigente. Não queria barulho e cobrava as lições. Entendi que os alunos a consideravam a menos legal."




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